Entre doze e quinze pessoas foram decapitadas por talebans durante um ataque na província de Ghazni, no leste do Afeganistão, informou uma fonte oficial à Agência Efe nesta sexta-feira (26).
"Entre doze e quinze pessoas foram decapitadas pelos rebeldes nos confrontos no distrito de Ajristan, que começaram há cinco dias e ainda continuam", disse um porta-voz do governador provincial, Shafiq Nang Safi.
O porta-voz acrescentou que os executados foram acusados pelos rebeldes de colaborar com a polícia local. O governador da província, Moussa Khan Akbarzada, anunciou que "muitos morreram ou ficaram feridos", embora se desconheça o número exato, que pode aumentar devido ao desdobramento dos confrontos com as forças de segurança.
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Embora a imprensa local tenha informado que os integrantes do Estado Islâmico (EI) participem dos combates, fontes declararam que sua presença não está confirmada, mas foi confirmada a chegada de talebans das províncias vizinhas de Zabul e Uruzgan.
Ghazni fica a sudoeste da capital. A principal rodovia ligando Cabul ao sul do Afeganistão, onde o Taleban tem feito avanços nos últimos meses, passa por dentro da província.
"Se não houver ajuda urgente do governo central o distrito vai desmoronar", disse Asadullah Safi, sub-chefe de polícia da área.
Confrontos pesados permaneciam ocorrendo nesta sexta-feira em Ajristan. O ataque que envolveu cerca de 700 combatentes do Taleban começou há cerca de cinco dias, e os primeiros relatos informam que mais de 100 pessoas foram mortas, incluindo as que foram decapitadas por militantes, de acordo com o vice-governador da província, Ahmadullah Ahmadi.
Os militantes têm se concentrado em recuperar áreas importantes de produção de ópio, como a província de Helmand, no sul, e áreas onde tradicionalmente têm apoio, como a província de Kunduz, no norte.
O controle do distrito de Ajristan, a cerca de 200 quilômetros de Cabul, poderia garantir ao Taleban um ponto de lançamento de ataques para duas províncias vizinhas e ao longo da via crucial que conecta a capital à segunda maior cidade do Afeganistão, Kandahar, no sul.
A batalha por Ajristan ilustra os graves desafios enfrentados pelo novo governo do Afeganistão e as forças de segurança para proteger território, à medida que as tropas estrangeiras de combate se preparam para deixar o país no fim do ano.
O Afeganistão passa por um dos períodos mais sangrentos desde o ano passado, quando as forças afegãs assumiram a responsabilidade pela segurança com a retirada gradual da Força Internacional de Assistência para Segurança (ISAF, sigla em inglês), da Otan, que terminará no fim deste ano.
Apesar da saída das tropas, os Estados Unidos anunciaram que manterão cerca de 9.800 soldados em território afegão até o fim de 2016.