John Magufuli, o presidente da Tanzânia pediu em um pronunciamento no último domingo (9) que as mulheres do país parem de usar anticoncepcionais.
"Aquelas que vão para o planejamento familiar são preguiçosas... elas têm medo de não poderem alimentar seus filhos. Eles não querem trabalhar duro para alimentar uma família grande e é por isso que eles optam pelo controle da natalidade e acabam com um ou apenas duas crianças", afirmou o presidente, de acordo com a imprensa local.
Magufuli alegou ainda que o planejamento familiar é uma coisa de estrangeiros que têm motivações sinistras.
"Eu viajei para a Europa e vi os efeitos do controle de natalidade. Em alguns países eles agora estão lutando com o declínio da população. Eles não têm força de trabalho", disse.
Segundo ele, as mulheres podem continuar tendo filhos porque o governo investe em saúde e está trabalhando para inaugurar novos hospitais.
A Tanzânia, um país menor que o estado do Amazonas, tem uma população de 53 milhões de pessoas. Mais de 70% dos tanzanianos vivem com menos de R$ 4 por dia, de acordo com um relatório de 2015 do Banco Mundial.
Apesar de estimular o crescimento populacional, o próprio Magufuli tem apenas dois filhos.
Além disso, a política liderada pelo presidente proíbe que jovens grávidas tenham acesso a educação.
Machismo no Parlamento
Na segunda-feira (10), o Parlamento da Tanzânia fez outra declaração sexista que repercutiu em todo mundo.
A partir de agora, as parlamentares mulheres estão proibidas de entrar no prédio do Parlamento usando unhas ou cílios postiços.
As representantes eleitas também não podem mais usar vestidos curtos ou calças jeans. O porta-voz do Parlamento, Job Ndugai, disse que espera que as visitantes também sigam o novo código de vestimenta.