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“Todos os opositores correm perigo na Venezuela”, diz mulher de prefeito preso por conspiração

Antonio Ledezma era a segunda maior autoridade civil do país e foi preso sem ordem judicial

Internacional|Marta Santos, do R7

Lilian Tintori e Mitzi Capriles de Ledezma concederam uma entrevista coletiva em São Paulo nesta terça-feira
Lilian Tintori e Mitzi Capriles de Ledezma concederam uma entrevista coletiva em São Paulo nesta terça-feira Lilian Tintori e Mitzi Capriles de Ledezma concederam uma entrevista coletiva em São Paulo nesta terça-feira

As mulheres de dois líderes da oposição venezuelana estão visitando países da América Latina em busca de apoio internacional para a campanha pela liberdade de seus maridos. No Brasil, Mitzi Capriles de Ledezma, que é casada com Antonio Ledezma, prefeito de Caracas preso no dia 19 de fevereiro sob a acusação de incitar violência nos protestos contra o presidente Nicolás Maduro, disse ao R7 que “em termos gerais, não apenas os líderes, mas todos que são opositores [ao governo de Nicolás Maduro] correm perigo na Venezuela”.

— As prisões são tão arbitrárias que o prefeito eleito de Caracas, a segunda autoridade civil do país, foi preso sem nenhuma ordem judicial.

Desde o ano passado, a Venezuela está vivendo uma crise econômica, política e social. O país apresenta altos índices de criminalidade, impunidade e enfrenta uma inflação de 74% ao ano, além da escassez de alimentos, falta de assistência médica e segurança. A situação gerou uma onda de protestos antigovernamentais, que deixaram um saldo de 43 mortos no país.

Anistia Internacional critica Venezuela por mortes, torturas e prisões arbitrárias durante governo de Maduro

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Em meio à crise, Venezuela se torna um dos três países com maior custo de vida do mundo

Mitzi concedeu uma entrevista coletiva nesta terça-feira (5), em São Paulo, ao lado de Lilian Tintori, mulher de Leopoldo López, coordenador nacional do partido de oposição Voluntad Popular, preso há um ano no país. Lilian também mostrou preocupação com a falta de liberdade de expressão no país.

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— Ser oposição não é um delito, mas, na Venezuela, se tornou. Liberdade de expressão se tornou crime.

Segundo ela, mais de 80 presos políticos, entre eles líderes opositores, estudantes venezuelanos, estão atrás das grades “por pensar diferente". A ativista afirma que o governo de Maduro autorizou a polícia a utilizar armas de guerra na repressão de protestos e que, durante as manifestações de fevereiro do ano passado, 200 casos de tortura foram registrados pela Anistia Internacional.

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— Todo mundo sabe que o governo da Venezuela não respeita os Direitos Humanos. Maduro ignora os apelos das Nações Unidas e de outros países para que os presos políticos, detidos injustamente no país, sejam libertados.

As mulheres tiveram reuniões nesta terça com o governador Geraldo Alckmin e com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na quarta-feira (6), elas deverão ser recebidas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em Brasília, e também aguardam uma resposta para se encontrar com a presidente Dilma Rousseff.

Lilian agradeceu as declarações dadas por Dilma no mês passado, de que a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) tem "interesse absoluto" em que a Venezuela liberte os presos políticos e adiantou:

— Espero que a Dilma nos receba como mãe, como mulher e como alguém que sabe o que é ser vítima de um governo totalitário.

Ambas também estiveram no Panamá, durante a Cúpula das Américas, no Peru e no Chile, países onde foram recebidas por autoridades, políticos, acadêmicos e intelectuais locais.

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