Trump mostrou fotos de vítimas de imigrantes que ele mesmo autografou
Reuters / Kevin Lamarque / 22.6.2018O presidente dos EUA, Donald Trump, realizou nesta sexta-feira (22) um evento na Casa Branca para, segundo ele, 'mostrar o outro lado' e discutir crimes cometidos por imigrantes ilegais que 'separaram famílias norte-americanas'.
Trump levou parentes de pessoas assassinadas por imigrantes, deixou que contassem detalhes de suas mortes e exibiu fotos dos mortos, autografadas por ele mesmo.
'Ouvir o outro lado'
Durante o evento, o presidente afirmou que, desde o 11 de Setembro, 63 mil cidadãos norte-americanos foram assassinados por imigrantes ilegais. É uma informação que ele vem apresentando há meses, mas que jamais foi confirmado por nenhum departamento do governo.
Segundo uma pesquisa realizada pelo governo dos EUA em 2011, entre os 250 mil imigrantes presos no sistema carcerário norte-americano, estavam os responsáveis por pouco mais de 25 mil homicídios.
"Estamos aqui hoje para ouvir os norte-americanos vítimas da imigração ilegal. Sabe, ouvir o outro lado. Estes são cidadãos norte-americanos permanentemente separados de suas famílias", disse Trump.
Dados contraditórios
De acordo com uma coletânea de estudos sobre imigração, que analisaram décadas de dados sobre crimes cometidos e prisões nos EUA, a realidade é que não é possível afirmar que a entrada dos imigrantes ampliou o número de crimes no país. A obra é do Cato Institute.
Os dados mostram que, entre os imigrantes, os homens de 18 a 39 anos que foram presos entre 1980 e 2010 representam cerca de 1,8% da população total presente no país. Entre os nascidos nos EUA, a proporção de presos era de 3,3% dos homens de 18 a 39 anos.