Aliados da Turquia temem que país utilize acordo para defender seus próprios interesses na Síria
ReutersForças apoiadas pela Turquia aprofundaram sua incursão no norte da Síria nesta segunda-feira (29), atraindo críticas dos Estados Unidos, da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que disseram temer que a disputa por territórios tenha desviado o foco dos ataques ao Estado Islâmico.
No início da ofensiva turca pela fronteira, que já dura quase uma semana, tanques, artilharia e aviões de guerra da Turquia proporcionaram aos rebeldes sírios aliados o poder de fogo necessário para tomar rapidamente a cidade síria fronteiriça de Jarablus de militantes do Estado Islâmico.
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Desde então, as unidades turcas vêm avançando sobretudo em áreas controladas por forças alinhadas às Forças Democráticas da Síria, uma coalizão que inclui a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG), que vem contando com o apoio de Washington na luta contra os jihadistas.
Um grupo que monitora a complexa guerra de mais de cinco anos na Síria disse que 41 pessoas morreram em ataques aéreos turcos enquanto as forças de Ancara seguiam para o sul no domingo. A Turquia negou as mortes de civis, dizendo que 25 militantes curdos foram mortos.
"Queremos deixar claro que consideramos estes confrontos – em áreas onde o Estado Islâmico não se encontra – inaceitáveis e uma fonte de profunda preocupação", disse Brett McGurk, enviado especial dos EUA para o combate ao Estado Islâmico.
"Pedimos que todos os participantes armados se contenham", escreveu ele em sua conta oficial no Twitter, citando um comunicado do Departamento de Defesa norte-americano.
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A Turquia, que combate uma insurgência curda em seu próprio território, afirmou que a campanha tem o objetivo duplo de "limpar" a região da presença do Estado Islâmico e impedir que forças curdas ocupem o vácuo e ampliem a área que controlam perto da fronteira turca.
Isso coloca Ancara em choque com Washington e aumenta as tensões no momento em que o governo turco ainda reage à tentativa fracassada de golpe de Estado do mês passado, que, segundo sua visão, Washington demorou demais a condenar. O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, tentou aparar as arestas durante uma visita na semana passada que coincidiu com a entrada das forças turcas na Síria.
Nesta segunda-feira, forças apoiadas pela Turquia consumaram um avanço sobre Manbij, cidade situada cerca de 30 quilômetros ao sul da divisa turca e capturada neste mês pelas Forças Democráticas da Síria, na qual combatentes curdos tiveram um papel essencial, com auxílio dos EUA.
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