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UE adota cautela sobre quebra de patentes e defende exportações

Apesar de bloco deixar claro que não considerava a ideia uma solução viável, os líderes dizem que estão 'abertos' à discussão

Internacional|Da AFP

UE adota cautela sobre quebra de patentes e defende exportações
UE adota cautela sobre quebra de patentes e defende exportações UE adota cautela sobre quebra de patentes e defende exportações

A União Europeia (UE) expressou nesta sexta-feira (7) cautela em relação à proposta de levantamento das patentes das vacinas anticovid e destacou seu papel como bloco exportador de doses, buscando definir uma difícil posição comum sobre o assunto.

Desde o surpreendente anúncio do apoio do governo dos Estados Unidos à suspensão temporária das patentes, gesto elogiado pela Organização Mundial da Saúde, a UE reagiu com evidente ceticismo.

Alexander de Croo, primeiro-ministro da Bélgica (centro da indústria farmacêutica, que responde por 70% das exportações de vacinas da UE), disse estar "pronto para discutir com a mente aberta".

Por sua vez, o presidente da França, Emmanuel Macron, declarou que estava "aberto" à ideia, mas que era preciso considerar toda a complexa cadeia produtiva de vacinas contra a covid-19.

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A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou na quinta-feira que a UE está "pronta para discutir" tal levantamento, para determinar se era uma "solução eficaz e pragmática".

Desde o início da pandemia, a UE deixou claro que não considerava a suspensão de patentes uma solução viável, embora agora seus líderes digam que estão "abertos" à discussão.

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"Explicar" a proposta

Nesta sexta-feira, especialistas da Comissão Europeia disseram que o principal obstáculo à produção global de vacinas não é a proteção da propriedade intelectual, mas o acúmulo de insumos por um pequeno grupo de países. 

Um funcionário da UE comentou que as discussões devem continuar, mas acrescentou que não receberam "um único exemplo" em que a capacidade tenha sido restringida por patentes ou outros direitos de propriedade intelectual.

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Outro especialista disse que "levantar patentes, por si só, não vai consertar as coisas (...) Não significa que você terá acesso à tecnologia ou ao conhecimento". 

Portanto, "os Estados Unidos deveriam explicar exatamente o conteúdo de sua proposta. Não vimos nada mais do que uma declaração muito geral", apontou.

Para os líderes europeus, a chave da solução para o problema da universalização das vacinas é evitar o monopólio dos insumos e levantar o bloqueio às exportações dos injetáveis. 

Macron disse que o debate "não deve ser sobre a propriedade intelectual", mas sobre "a transferência de tecnologia e a mobilização das capacidades produtivas".

O presidente francês não poupou palavras e criticou os Estados Unidos e o Reino Unido por bloquearem a exportação de vacinas produzidas em seus territórios.

A UE, por outro lado, reitera todos os dias que é o principal exportador de vacinas, com mais de 200 milhões de doses produzidas no bloco e enviadas para outras regiões do mundo. 

Um porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel observou que, na visão de Berlim, "a proteção da propriedade intelectual é uma fonte de inovação e deve continuar a sê-lo no futuro".

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