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UE e México finalizam importante acordo de livre comércio

Acordo elimina tarifa para exportação e importação de produtos. Corrupção e mudanças climáticas também entraram na pauta

Internacional|Beatriz Sanz, do R7

Merkel e Peña Nieto (foto) celebraram o acordo
Merkel e Peña Nieto (foto) celebraram o acordo Merkel e Peña Nieto (foto) celebraram o acordo

A União Europeia anunciou um novo acordo de livre comércio com o México. O tratado, anunciado no domingo (22), garante que “praticamente todos” os produtos comercializados entre esses países esteja livre de tarifas e impostos.

Ainda há alguns detalhes para serem acertados, mas o contrato final deve ser aprovado pelo Parlamento Europeu e assinado até o fim do ano.

O acordo de livre comércio entre México e UE acontece em um momento importante para as duas partes, segundo Renato Galvão Flôres Junior, diretor do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Para o especialista, o pacto é tão estratégico quanto comercial. “Esse acordo é basicamente a afirmação de uma autonomia europeia, em termos de política comercial. E do ponto de vista do México, é importante porque ele assegura uma relação com o parceiro comercial mais importante no mundo ocidental, além dos EUA. Politicamente ganham os dois”, decreta.

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Negociações do Nafta

O país latino-americano está prestes a atualizar o acordo do Nafta — um trato de livre comércio com o Canadá e os Estados Unidos —, enquanto a União Europeia tenta fortalecer seus laços comerciais em todo o mundo, diante das incertezas causadas pelo governo de Donald Trump.

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Enrique Peña Nieto, presidente do México acredita que o pacto comercial com a União Europeia pode fortalecer seu país na renegociação do Nafta, que está em andamento.

"Nós confiamos totalmente e temos otimismo também de que concluiremos a renegociação, modernização do Acordo de Livre Comércio da América do Norte, como disse, garantindo benefícios para todos os parceiros", afirmou Peña em cerimônia de abertura da feira de comércio de Hanover.

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Merkel: acordo é boa notícia

A chanceler alemã, Angela Merkel, também comemorou o pacto comercial com o México. "O trabalho técnico deve acontecer rapidamente agora, mas é uma notícia realmente boa para Europa, para Alemanha e para o México", disse Merkel.

O principal interesse da Alemanha na negociação é o aumento de exportação da indústria automobilística do país para o México, que vive sob a sombra da produção de carros norte-americana.

A União Europeia também já possui um tratado semelhante com o Canadá, o que deixa o bloco europeu numa posição privilegiada, independente de qual seja o resultado da renegociação do Nafta.

De certa forma, o sucesso da negociação entre México e UE coloca alguma pressão sobre os Estados Unidos na discussão sobre o Nafta, mas Flôres Junior diz que essa tensão não é muito grande, já que o foco da renegociação do Nafta deve ser a migração.

Cláusula sobre mudanças climáticas

Uma novidade do contrato entre a União Europeia e o México é uma cláusula que obriga que os países membro deste acordo comercial sigam as definições do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.

O diretor do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da FGV, Renato Galvão Flôres Junior, avalia que essa decisão foi uma “cutucada” nos Estados Unidos por sua decisão de abandonar o Acordo de Paris, anunciada por Trump no ano passado.

Flôres Junior explica ainda que a União Europeia, especialmente a Alemanha e a França, são países muito preocupados com essa questão. “Ainda assim, não podemos dizer se isso vai desencadear um padrão”, afirma.

Acordo exige medidas contra a corrupção

Este também é o primeiro acordo da União Europeia que conta com exigências de medidas para combater o suborno, lavagem de dinheiro e corrupção nos âmbitos público e privado.

“É um tema que vai ficar cada vez mais importante e está dentro de uma coisa mais geral que vai além da corrupção, que é a transparência das relações comerciais internacionais”, diz Flôres Junior. “Existem mais probabilidades de entrar em futuros pactos comerciais, citando ou não a corrupção”, sentencia.

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