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UE pede a Cuba que liberte opositores detidos em protestos

Jornalistas também foram presos na ilha; bloco pediu que governo comunista ouça e respeite manifestações pacíficas

Internacional|

Opositores e jornalistas foram presos durante protestos em Cuba
Opositores e jornalistas foram presos durante protestos em Cuba Opositores e jornalistas foram presos durante protestos em Cuba

A União Europeia (UE) pediu nesta terça-feira (13) que as autoridades cubanas a libertarem "imediatamente" os cidadãos detidos nos protestos do último domingo, bem como os jornalistas, cuja detenção considerou "inaceitável".

"Temos conhecimento de relatos não só de detenções de pessoas de opositores e ativistas, mas também de jornalistas. Isto é absolutamente inaceitável", disse o porta-voz da Comunidade, Peter Stano, na entrevista coletiva diária da Comissão Europeia.

O porta-voz afirmou que "o lugar dessas pessoas não é na prisão, mas no discurso público, por isso pedimos às autoridades cubanas que libertem imediatamente todos os detidos, todas as pessoas que foram detidas por suas convicções políticas ou por seu trabalho jornalístico".

Ele acrescentou que os jornalistas "devem poder realizar seu trabalho sem qualquer limitação ou obstrução" em Cuba.

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O alto representante para a Política Externa da UE, Josep Borrell, pediu ontem às autoridades cubanas que permitam manifestações pacíficas de protesto e ouçam seus participantes.

Borrell discutiu o assunto com os ministros das Relações Exteriores dos Vinte e sete durante um Conselho em Bruxelas.

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Questionado sobre se a UE mudará sua política em relação a Cuba em função da situação, Stano lembrou que "as posições da UE são acordadas por unanimidade".

"Quando a situação exigir uma mudança da posição atual, então os Estados-Membros vão discutir e tomar uma decisão", comentou, e sobre o embargo econômico dos Estados Unidos a Cuba, contra o qual a UE também se posiciona, frisou que "provavelmente não vai resolver a difícil situação das pessoas que enfrentam a escassez de alimentos ou medicamentos".

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"Essas mensagens são muito claras e conhecidas. Já foi dito muitas vezes. A UE continua acompanhando os acontecimentos e, ao mesmo tempo, continua o diálogo com as autoridades", afirmou.

O porta-voz destacou que "esperamos ver mais liberdade para o povo cubano e também mais prosperidade, porque as manifestações que estouraram no domingo parecem ter sido impulsionadas pelo descontentamento popular, pela falta de alimentos e remédios e pela situação geral da ilha".

"Pedimos às autoridades cubanas que ouçam o povo", afirmou, reiterando "o direito do povo de se manifestar pacificamente e de expressar suas opiniões pacificamente".

Prisão de jornalistas

O ministro de Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, confirmou a detenção em Cuba da jornalista Camila Acosta, correspondente na ilha do jornal espanhol ABC, e cobrou a libertação da profissional.

O chanceler se manifestou através de uma postagem no Twitter, em que defendeu o direito dos cubanos de se manifestaram "livremente e pacificamente", cobrando que as autoridades do governo do país da América Central respeitem os atos.

A Federação de Associações de Jornalistas da Espanha (FAPE) também exigiu a libertação da profissional do "ABC", que foi detida por "informar sobre as manifestações de protesto que estão se desenvolvendo na ilha caribenha".

A FAPE ainda exigiu a retirada de todas as acusações contra Acosa, que pode ser condenada em Cuba por crimes contra a segurança de Estado, e pediu que o Executivo espanhol acompanhe a situação e faça a intervenção necessária para que a jornalista seja libertada.

Além disso, a entidade condenou as agressões e as prisões de outros jornalistas na ilha caribenha, que foi palco de manifestações populares neste domingo.

Um dos que sofreram violência foi o fotojornalista espanhol Ramón Espinosa, que trabalhar para a agência de notícias americana Associated Press, segundo confirmou a FAPE.

Acosta, que se define no perfil que mantém no Twitter como "jornalista independente cubana", foi detida ontem pela polícia política cubana, ao sair de casa.

Foram levados os equipamentos de trabalho, como o computador dela. As autoridades a acusaram de crime contra a segurança de Estado, o que habitualmente é imputado a dissidentes do regime de Cuba, segundo publicou o ABC.

Protestos em Cuba

Milhares de cubanos saíram às ruas ontem em várias cidades do país para protestar contra o governo gritando "liberdade!", em um dia sem precedentes que resultou em centenas de prisões e confrontos após o presidente Miguel Díaz-Canel ordenar a presença de seus apoiadores nas ruas para confrontar os manifestantes.

Este é o maior protesto contra governamental registrado em Cuba desde o chamado "Maleconazo", quando, em agosto de 1994, em plena crise econômica do chamado "Período Especial", centenas de pessoas saíram às ruas de Havana.

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