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UE suspende embargo de armas à oposição síria

Internacional|

A União Europeia, reunida em Bruxelas, decidiu suspender o embargo de armas para as forças da oposição ao regime de Bashar al-Assad, mas nenhum país tem a intenção de fazê-lo nos próximos meses para não bloquear a iniciativa de paz promovida por russos e americanos.

Os ministros europeus de Relações Exteriores decidiram suspender o embargo de armas sobre as forças de oposição ao regime de Assad, informou o chanceler britânico, William Hague, acrescentando que as sanções contra o governo sírio serão mantidas.

"É uma boa decisão e envia uma mensagem muito forte da Europa ao regime de Assad", destacou o chanceler britânico.

Hague destacou que a Grã-Bretanha não prevê "de imediato" fornecer armas à oposição síria, apesar da decisão da União Europeia de suspender o embargo.

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"Apesar de não termos um plano imediato para enviar armas à Síria, (a suspensão do embargo) nos proporciona a flexibilidade para fazê-lo no futuro diante de um agravamento da situação", declarou Hague ao final da reunião em Bruxelas.

Catherine Ashton, chefe da diplomacia da UE, estimou que o fornecimento de armas é "destinado à defesa dos civis" e submetido a certo número de condições, envolvendo especialmente o controle sobre os destinatários, com o objetivo de impedir que caiam nas mãos de grupos radicais.

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A UE "voltará a examinar sua posição até o dia 1º de agosto", diante dos resultados da conferência Genebra 2.

Segundo o chanceler de Luxemburgo, Jean Asselborn, os 27 "se comprometeram a não exportar armas nesta etapa e a aplicar certo número de critérios estritos sobre eventuais exportações futuras".

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Vários países europeus, entre eles Áustria, Suécia, Holanda e Bélgica, já manifestaram que não têm qualquer intenção de armar os rebeldes.

Enviar armas é "contrário aos princípios" da Europa, que é "uma comunidade de paz", disse o ministro austríaco Michael Spindelegger, ao criticar a atitude de França e Grã-Bretanha.

O secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, analisaram em Paris detalhes de uma conferência internacional sobre a paz na Síria, com a participação das partes em conflito.

O chanceler russo afirmou na saída do encontro com Kerry que organizar uma conferência de paz sobre a Síria não será "tarefa fácil".

"Nós discutimos as formas de proceder (...) para que esta conferência seja realizada. Realmente, não é uma tarefa nada fácil", declarou Lavrov, cujo país apoia o regime de Damasco.

Lavrov e Kerry, que se reuniram pela sexta vez desde que o americano assumiu a pasta em fevereiro, discutiram a data de uma conferência de paz e quais representantes da oposição síria e do regime do presidente Bashar al-Assad participarão.

"Como disse John (Kerry), nós estamos concentrados na necessidade de determinar a lista de participantes do lado sírio, o grupo do governo e o da oposição, como havíamos dito em Moscou", explicou Lavrov.

Se Damasco der seu "acordo de princípio" para participar desta conferência internacional, denominada de Genebra 2, a oposição síria, reunida desde quinta-feira em Istambul, parece estar profundamente dividida e não se pronunciou sobre sua presença. As negociações continuavam sem sinais de avanços na noite desta segunda-feira, segundo um membro da coalizão síria.

O chanceler russo destacou que a conferência de paz poderia ser "ampliada para incluir todos os atores chave" na região. Moscou deseja há tempos que o Irã, que apoia o regime de Damasco, participe das negociações, o que os Ocidentais rejeitam.

Em junho de 2012, a primeira conferência de Genebra reuniu os chefes da diplomacia de cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, China, Rússia, França e Grã-Bretanha), representantes do Iraque, do Kuwait, do Catar e da Turquia, bem como encarregados da ONU e da União Europeia.

O chanceler frânces, Laurent Fabius, disse nesta segunda-feira haver "suspeitas crescentes" sobre o "uso localizado" de armas químicas no conflito na Síria, embora tenha acrescentado que ainda seria necessário "uma verificação detalhada" para confirmar esta informação.

Segundo um alto funcionário francês que pediu para não ser identificado, Paris analisará as amostras de potenciais armas químicas obtidas por jornalistas do Le Monde na Síria.

"Nos entregaram (jornalistas do Le Monde) algumas amostras e concordamos em realizar as análises".

O uso de armas químicas já tinha sido objeto de suspeitas há várias semanas e em diversas regiões da Síria, mas até agora isto não pôde ser comprovado.

A ONU tem pedido a Damasco de forma insistente que permita a especialistas investigar as acusações recíprocas entre o governo e grupos rebeldes sobre o uso destas armas.

Neste contexto, a comunidade internacional se concentra na conferência de paz.

O governo sírio, apoiado pela Rússia, já anunciou sua decisão "de princípio" de participar da conferência, ao mesmo tempo em que a oposição, reunida desde a quinta-feira em Istambul, permanecia profundamente dividida ao ponto de não poder se pronunciar até agora.

A oposição, no entanto, havia pedido à UE que suspenda o embargo às armas, alegando que as forças governamentais tinham retomado a ofensiva e ganhavam terreno em áreas controladas pelos insurgentes.

burx/mvv/lr

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