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Unasul e ONU usarão semáforo para avaliar posição da mulher na América Latina

Internacional|

Quito, 25 nov (EFE).- A União de Nações Sul-americanas (Unasul) e a ONU Mulheres medirão a situação da mulher na região por meio de um "semáforo" que avaliará como estão as mulheres de cada país em gênero, trabalho, cultura, social e violência. O semáforo fará parte de um estudo que ajudará a estabelecer iniciativas em favor da mulher pelos conselhos setoriais do órgão sul-americano. O plano foi apresentado nesta terça-feira na sede de Unasul, em Quito, Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres. O secretário-geral da Unasul, o ex-presidente colombiano Ernesto Samper, disse que o objetivo é "avançar um passo na redução da discriminação da mulher, e que é preciso começar pela redução da exclusão social". Apesar dos "sucessos" alcançados na redução da pobreza absoluta nos últimos anos, a América Latina tem um "recorde de exclusão social que se reflete em desigualdades educativas, problemas fiscais e informalidade laboral, que afeta 56% dos trabalhadores", destacou Samper. O trabalho informal afeta mais as mulheres, pois 60% das trabalhadoras informais são pai e mãe ao mesmo tempo, e conciliam o emprego com a função de dona de casa. Samper disse que apesar do "grande esforço" realizado na América do Sul para a melhora da educação feminina nos últimos 30 anos, "não melhoram as condições trabalhistas e de receita". A diretora da ONU Mulheres no Equador, Moni Pizani, disse que na América Latina e no Caribe entre 17% e 53% das mulheres revelaram já ter sofrido violência física ou sexual e entre 10% e 27% das mulheres declararam ter sido vítimas de violência sexual. Pizani cobrou que "mais homens e meninos levantem a voz contra a violência", por considerar que é necessário um compromisso maior da sociedade para combater este mal. Segundo ela, embora muitos países tenham promulgado leis que representam avanços na luta contra a violência de gênero, seu cumprimento não é adequado e ainda existem baixos índices de denúncias, além de muitos casos de impunidade. A representante de ONU Mulheres ressaltou que em 2015, quando terminar o prazo fixado pelas Nações Unidas para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, serão estabelecidos novos planos de desenvolvimento nos quais o objetivo de acabar com a violência contra a mulher "deve ocupar um lugar de destaque". No ato de lançamento do plano a presidente da Assembleia Nacional do Equador, Gabriela Rivadeneira, revelou que seis em cada dez mulheres equatorianas já sofreram violência, uma em duas maus-tratos psicológicos e uma a cada quatro já foi vítima de violência sexual. Nos segmentos de população de menor formação educativa, as vítimas da violência chegam aos 70% e o problema afeta mais as mulheres indígenas e afrodescendentes, assinalou. Para ela o projeto lançado hoje "será um roteiro para todos os países da região". O lançamento do plano promovido pela Unasul e pela ONU Mulheres contou com a participação da deputada dominicana Minou Tavárez Mirabal, filha de Minerva Mirabal, cujo assassinato em 1960 junto com suas irmãs Maria Teresa e Pátria pelo regime de Rafael Trujillo, provocou a declaração pela ONU do Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher. Minou afirmou que a memória de sua mãe e de suas tias contribui para atenuar a violência contra as mulheres. "Tenho sempre o impulso de agradecer por elas continuarem vivas", disse Mirabal, ao ressaltar que lembrá-las "serve para criar consciência, para contribuir para diminuir, nem que seja só uma morte de uma mulher ou de uma menina no mundo". EFE jsm/cd (foto)

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