Rejeição à proposta de acordo dos credores obteve mais de 60% dos votos e foi exaltada pelo agora ex-ministro
REUTERS/Marko DjuricaO ministro de Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, anunciou nesta segunda-feira (6) sua renúncia, decidida, segundo ele, para facilitar um acordo com os credores do país. O anúncio foi feito um dia após o referendo deste domingo (5) em que a rejeição à proposta de acordo dos credores obteve mais de 60% dos votos.
"Pouco após anunciar os resultados do referendo foi comunicado que havia certas preferências de alguns participantes do Eurogrupo de que seria melhor que estivesse ausente destas reuniões, uma ideia que o primeiro-ministro considerou potencialmente útil", disse Varoufakis por meio de seu blog, para acrescentar que por essa razão "deixo hoje o Ministério das Finanças".
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"Considero que é meu dever ajudar Alexis Tsipras a explorar, na medida que considere acertado, o capital que o povo grego nos garantiu ontem (domingo, 5) no referendo", acrescentou. O ministro acrescentou que levará "com orgulho o aborrecimento" dos credores. "Nós na esquerda sabemos como atuar coletivamente sem pôr o interesse nos privilégios do cargo. Respaldarei plenamente o primeiro-ministro Tsipras, o novo ministro das Finanças e nosso governo", acrescentou.
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Em relação ao resultado do referendo de domingo (5), Varoufakis assinalou que "o esforço sobre-humano para honrar o povo valente da Grécia, e o famoso 'oxi' (não) que deram aos democratas de todo o mundo, só foi o começo".
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Desde que assumiu em janeiro o governo esquerdista, Varoufakis foi a figura mais controvertida no exterior, e nas reuniões do Eurogrupo muitos ministros se queixavam mais ou menos abertamente que era pelo menos difícil colaborar com o titular grego.
Isto levou a que em abril, Tsipras decidisse reduzir seu papel nas negociações em Bruxelas deixando de fato o comando das conversas com o vice-ministro de Relações Internacionais Econômicas, Euclidis Tsakalotos.
Mesa de negociações
O governo da França pediu nesta segunda-feira à Grécia que faça "propostas" para que possam ser retomadas as discussões com os outros países do Eurogrupo, e ressaltou que Paris quer a volta à mesa de negociações.
"A França quer agora que a Grécia faça propostas para que se possam discutir", assinalou o porta-voz do governo francês, Stéphane Le Foll, em entrevista para a rádio "RMC" e para a "BFM TV".
Foll assegurou que a França quer que se volte a negociar e precisou que "esta discussão deve se apoiar em primeiro lugar em uma proposta da Grécia"