Homem protesta em frente à sede da ONU em Genebra durante reunião entre membros do comitê e do Vaticano
16.01.2014/FABRICE COFFRINI / AFPO Vaticano, em resposta a um severo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o abuso sexual contra crianças cometido por padres, disse nesta quarta-feira (5) que a Igreja Católica está comprometida em "defender e proteger os direitos das crianças".
O Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança publicou hoje um relatório criticando as medidas do Vaticano para acabar com os abusos de crianças. O comitê pede à Santa Sé para "afastar de imediato de suas funções todos os autores conhecidos e suspeitos de abusos sexuais de crianças, assim como denunciá-los às autoridades".
Em seu comunicado, o Vaticano afirma que vai submeter o relatório da ONU a "estudos e exames", mas também diz que a entidade mundial está interferindo em ensinamentos morais católicos, já que o documento também critica as posições da igreja sobre homossexualidade, contracepção e aborto.
O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, também disse hoje que o Vaticano enfrenta os casos de abusos sexuais na Igreja Católica com "transparência". Lombardi prometeu, nos próximos "dias ou semanas", explicar o funcionamento da comissão criada para prevenir a pedofilia na igreja.
Durante apresentação do relatório, em Genebra (Suíça), a presidente do Comitê da ONU sobre os Direitos das Crianças, Kristen Sandberg, disse que o Vaticano violou a Convenção dos Direitos das Crianças.
— A minha simples resposta é sim, porque não fizeram tudo aquilo que deveriam ter feito.
Em seu comunicado, o Vaticano negou tal violação. "A Santa Sé reitera o seu empenho na defesa e proteção dos direitos das crianças, em linha com os principais preceitos da Convenção dos Direitos das Crianças e segundo os valores morais e religiosos oferecidos pela doutrina católica".