Centenas de migrantes venezuelanos decidiram nesta segunda-feira (26) bloquear uma passagem que liga o Equador à Colômbia para protestar contra o governo de Lenín Moreno, que impede de entrar no território equatoriano aqueles que não possuem um visto humanitário especial.
Os venezuelanos bloquearam a circulação de veículos na fronteira, sendo observados à distância por agentes da Polícia do Equador e funcionários do órgão migratório do país, que aguardam ordens para intervir e liberar a passagem entre os dois países.
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Vários jovens e famílias se colocaram em frente aos veículos que tentavam entrar na Colômbia para chamar atenção para a situação que vivem e criticar a decisão do Equador de exigir um documento que eles não conseguem retirar para permitir a entrada no país.
Desde que a exigência do visto humanitário especial foi adotada, o número de migrantes venezuelanos que chegou à fronteira do Equador reduziu substancialmente. Ainda estão viajando ao país alguns grupos que se atrasaram por diferentes motivos, entre eles problemas nos ônibus que os levavam ou obras nas estradas colombianas.
Os manifestantes lembravam aos policiais equatorianos como a Venezuela recebeu há 20 anos milhares de cidadãos do país que fugiam da crise econômica da época e pediam que desobedecessem as ordens dadas pelo presidente Lenín Moreno.
Fontes da Polícia do Equador disseram à Agência Efe que os agentes não podem atuar porque os venezuelanos estão do lado colombiano da fronteira. Já a Polícia da Colômbia se posicionou longe da manifestação, gerando um grande engarrafamento na passagem.
Com a exigência de um visto de caráter humanitário, o governo do Equador alega que quer "regularizar" a entrada dos venezuelanos no país. A maior parte deles tem como destino final o Peru, que também adotou uma medida similar há dois meses.
Os migrantes presos na fronteira afirmam que só querem passar pelo território equatoriano para continuar seus caminhos até outros países. O Ministério das Relações Exteriores do Equador, no entanto, não esclareceu se dará uma autorização especial para este caso.
O governo do Equador afirma que mais de 300 mil venezuelanos estão no país. A ONU projeta que o número pode chegar a 500 mil se a tendência do ano passado for mantida.