Concessionária de carros é destruída em Viña del Mar, no Chile
EFE/Leandro TorchioUm protesto nas proximidades de onde se realiza o Festival Internacional de Viña del Mar, no Chile, um dos mais importantes da América Latina, terminou em confronto entre manifestantes e agentes das forças de segurança, neste domingo (23).
Leia mais: 4 pontos para entender os protestos no Chile
Um grande grupo se concentrou para questionar a realização do evento, diante da crise social que atravessa o país, que está em convulsão social desde outubro do ano passado. Em pouco tempo, a tropa de choque da polícia local começou a lançar água e gás lacrimogêneo para dispersar os ativistas.
"Estamos manifestando nossa total contrariedade a uma festa que é um circo, que segue dando de comer a alguns poucos", afirmou à Agência Efe Andrés Marambio, gestor cultural e um dos manifestantes presentes no local.
A advogada especializada em direitos humados Paula Arriagada, que também foi ao protestos, afirmou que o protesto contra o evento é porque se acredita que a realização se dá para mostrar ao mundo uma imagem de normalidade do país.
Carros incendiados em frente ao tradicional Hotel O'Higgins
EFE/Leandro Torchio"Hoje, o Chile está paralisado por completo. Estamos em convulsão social e uma crise profunda, que a classe política não consegue resolver, a não ser, se empenhando para reprimir as manifestações", lamentou a ativista.
Os confrontos mais violentos aconteceram muito próximo a Quinta Vergara, onde acontece o festival. No local, manifestantes queimaram carros, fizeram barricadas e lançaram pedras contra o icônico Hotel O'Higgins.
O estabelecimento, onde se hospedem jornalistas, espectadores e pessoas que trabalham no evento, acabou sendo evacuado, segundo os próprios administradores afirmaram à imprensa local.
O Festival de Viña del Mar seria aberto às 21h15 (hora local e de Brasília), com apresentação de Ricky Martin, a principal estrela da primeira das seis noites. O festival com o slogan "Chile justo, diverso e inclusivo", atrasou, mas começou.
Chile vive desde de outubro de 2019 sua crise mais grave desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), com 34 mortos e milhares de feridos, além disso graves acusações das forças segurança de violações de direitos humanos.
A série de protestos começaram após o aumento das tarifas de transporte público, mas se converteram em uma revolta por um modelo econômico mais justo, que registou episodios de violencia extrema con saques, incêndios e destruição do mobiliário público.