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Agressões, morte, negligência e estupros: 76 foram vítimas em asilo

Polícia Civil conclui inquérito e indicia seis pessoas por maus-tratos a idosos em casa de repouso em Santa Luzia, na Grande BH; 18 morreram

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Ao menos 76 idosos foram vítimas de maus-tratos
Ao menos 76 idosos foram vítimas de maus-tratos Ao menos 76 idosos foram vítimas de maus-tratos

Depois de 60 dias de investigações, a Polícia Civil de Minas Gerais conclui inquérito que investigou denúncias de maus-tratos contra idosos em um asilo em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. 

De acordo com a delegada Bianca Prado, ao menos 76 idosos foram vítimas de maus-tratos e 18 morreram. Mas os números podem ser ainda maiores, já que muitas pessoas passaram pelo asilo sem serem fichadas.

— A certeza é que muitas vítimas não foram fichadas, por pura ausência de documentação da clínica. A gente não tem, até hoje, nenhum registro de entrada e saída de pacientes. Nós chegamos a essas vítimas através de poucos documentos encontrados na clínica, por meio de prontuários cedidos por hospitais e até mesmo por documentos cedidos pelo cemitério municipal e provas testemunhais de familiares que nos procuravam.

De acordo com a delegada, as mortes foram causadas ou aceleradas por falta de cuidado.

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— Medicações não era ministradas adequadamente, a higiene era precária, as feridas dos idosos não eram tratadas. Teve um senhor que chegou lá com a perna ferida e levava bengaladas no local machucado. Ele chegou ao hospital com bicheira e risco de ter a perna amputada. 

Muitos dos idosos foram encaminhados para hospitais com quadro de desnutrição, desidratação e sarna. Segundo a Polícia Civil apurou, era comum que os internos recebessem como "punição" a privação de água e comida durante período de até três dias. 

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Além das mortes, as investigações comprovaram que um idoso de 70 anos e uma cadeirante de 23 anos foram estupradas dentro do asilo. 

Presos

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Elizabeth, dona do asilo, foi presa em julho
Elizabeth, dona do asilo, foi presa em julho Elizabeth, dona do asilo, foi presa em julho

As investigações da Polícia Civil começaram após denúncias de uma ex-funcionária do asilo. No final de julho, a Polícia Civil prendeu a dona do local, Elizabeth Lopes Ferreira e uma de suas filhas, Poliana. 

Em seguida, foram presos um cuidador, conhecido como JP, o marido de Elizabeth, Paulo, e uma outra filha do casal, Patrícia. 

Segundo a Polícia, os cinco vão responder por crimes de tortura contra 76 pessoas, com agravamento de morte em 18 casos. Elizabeth era considerada a mente por trás de tudo o que ocorria dentro do asilo. As duas filhas tinham papel de fazer tortura psicológica nos idosos, além de ameaças e agressões menos graves, como bofetadas e bengaladas. O cuidador e o marido de Elizabeth são acusados pelas agressões mais severas. 

Tanto Elizabeth como seu marido, Paulo Lopes Ferreira, são acusados de estupro de vulnerável. Elizabeth também responderá, junto a uma de suas filhas, por desacato à autoridade no dia em que foram presas em flagrante. 

Uma sexta pessoa, identificada como Fernando de Paiva, que é dono do imóvel, vai responder por lesão corporal leve. 

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