Comunidade fica em área que pode ser atingida
Divulgação/ValeUma mensagem de alerta sonoro da mineradora Vale foi acionada durante a tarde desta quinta-feira (26) e assustou moradores do distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo a empresa, o sinal foi ligado durante um simulado em um canteiro de obras da mineradora, onde está sendo construído um muro de contenção de lama de rejeitos. A companhia, assim como os moradores, informou que não se tratava da sirene que acusa risco de rompimento de barragem, mas a reprodução de uma mensagem de voz por alto-falante.
Pedro Alessandro Gomes, de 34 anos, mora próximo à obra. O pedreiro relatou ao R7 que ouviu o barulho por volta das 16h. Mesmo sabendo que o alerta foi acionado dentro da área da mineradora, o morador ficou preocupado.
— Eu sabia que era o alerta disparado apenas para funcionários da Vale, mas não sabia se era um treinamento ou não.
Em um grupo de mensagens, moradores da comunidade relataram que não foram avisados sobre a emissão do alerta.
Procurada, a Vale informou que realiza treinamentos de evacuação semanalmente nas áreas de autossalvamento. Segundo a mineradora, os testes são exclusivos para funcionários, conforme prevê um acordo firmado com a SRT (Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais).
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Questionada sobre o motivo de não ter avisado os moradores sobre a simulação, a companhia alegou que, geralmente, os barulhos das máquinas impedem a comunidade de ouvir os alertas sonoros que já foram disparados outras vezes. Contudo, nesta quinta-feira, o ruído pôde ser ouvido, já que os aparelhos estavam desligados. A empresa se comprometeu, ainda, a montar um cronograma com todas as datas dos treinamentos e apresentar aos moradores.
Macacos
No último 17 de fevereiro, cerca de 170 moradores do distrito de Macacos foram retirados de casa, após a Vale não conseguir atestar a estabilidade das barragens B3 e B4, que ficam na região. Essas famílias moram em uma área que será atingida em menos de 30 minutos em caso de rompimento da estrutura. Desde então, o grupo está vivendo em pousadas e hotéis alugadas pela mineradora.
As barragens B3 e B4 estão no nível máximo de alerta para risco de rompimento. Entre as medidas adotadas para corrigir o problema, está a construção de muros de contenção que vão reduzir a velocidade da lama, em caso de um possível colapso.