Na última semana, três ônibus foram incendiados em um ataque coordenado na região oeste de Belo Horizonte. Só neste ano, seis veículos já foram queimados na capital mineira. Além de prejuízo para as empresas, que pagam a conta, quem precisa usar o transporte público diariamente também é prejudicado.
De acordo com o Setra (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros), cada ônibus faz 12 viagens com cerca de 50 passageiros por dia. Ao todo, 600 são afetados a cada veículo incendiado. Desde o início de 2015, 3.500 usuários sofreram o impacto desse tipo de vandalismo: tiveram que conviver com menos veículos na frota e ônibus mais cheios.
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Segundo José Guilherme Couto, assessor do Setra, o prejuízo acaba sendo “dividido”.
— É um prejuízo que é dividido entre a população, que fica sem o veículo, que leva de três a seis meses para se encarroçar um veículo novo; o cobrador, motorista e passageiros, pelo pânico que eles passam; e as empresas, que arcam com o prejuízo.
Cada ônibus custa em média R$ 350 mil. Segundo o representante do sindicato, o prejuízo deste ano já ultrapassa os R$ 2 milhões, sem contar gastos com outros tipos de vandalismo. Em menos de um ano e meio, a manutenção da frota custou R$ 440 mil.
— Isso tudo tem a ver com a impunidade. Se esse pessoal fosse preso e a Justiça os condenasse a penas severas, isso ia diminuir.
Os últimos três veículos incendiados seriam resposta dos bandidos a morte de um traficante na Vila Leonina, na região oeste da capital. Durante uma perseguição, o suspeito sofreu um acidente e morreu.
Cerca de 50 pessoas participaram do ato de vandalismo, ateando fogo e depredando os ônibus. Ninguém foi preso.