Técnicos das prefeituras de Belo Horizonte e de Contagem, na região metropolitana, e da Copasa (Companhia de Abastecimento e Saneamento de Minas Gerais) vão entregar, em 45 dias, um plano de trabalho para a despoluição da Lagoa da Pampulha, um dos principais cartões-postais da capital mineira.
O plano deve incluir medidas para fazer a ligação de quase 10 mil casas à rede de esgotamento sanitário - das quais cerca de 80% estão em Contagem e, o restante, em BH.
O assunto foi tema de uma reunião entre o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) e a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT) nesta sexta-feira (24). Também participaram da reunião o secretário municipal de Obras de Belo Horizonte, Josué Valadão, e o presidente da Copasa, Carlos Eduardo Tavares de Castro.
A prefeita Marília Campos afirmou que o município tem planos de instalar interceptores de esgoto acessíveis para a população e redimensionamento das redes construídas.
— Se a gente quer devolver a Lagoa da Pampulha para o povo mineiro, temos que buscar uma solução que esteja em Contagem.
Valadão afirmou que há uma "união de esforços" e que todas as partes querem resolver o problema. Já o presidente da Copasa, Carlos Eduardo Tavares da Costa, afirmou que a empresa saiu da reunião “comprometida em trabalhar em conjunto com as demais prefeituras em busca de soluções”.
Justiça
Na quarta-feira (22), a Procuradoria-geral do município de Belo Horizonte ajuizou uma ACP (Ação Civil Pública) na Justiça Federal para exigir da Copasa uma solução para o lançamento de esgoto na Lagoa. O órgão alegou que, pelo fato do local ser considerado um Patrimônio Mundial da Humanidade, é necessário uma “convergência de esforços para garantir que a população volte a desfrutar do bem em sua total potencialidade”.
A cidade de Contagem é citada na ação, já que, segundo dados do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, a fonte mais volumosa de dejetos da Pampulha é o córrego Sarandi e seus afluentes, que vêm da cidade da região metropolitana. Apesar disso, Contagem é a principal fonte de água da lagoa, responsável por 54% da bacia da Pampulha.
A ação também pede que a Copasa apresente, em 45 dias, um plano de ação detalhado para que 100% do esgoto da bacia da Pampulha seja coletado e tratado, o que foi acordado na reunião desta sexta. A procuradoria também pede para que a companha explique, no mesmo prazo, se a distribuição de R$ 820 milhões em dividendos aos acionistas vai comprometer o investimento da Copasa em obras na Lagoa.