O goleiro Bruno Fernandes recebeu neste domingo (6) a primeira visita da mulher, Ingrid Calheiros, desde que foi transferido para a penitenciária de Francisco Sá, no norte de Minas Gerais. O jogador está no presídio desde o dia 21 de junho.
Ingrid levou uma bolsa com alimentos para o jogador e confirmou que Bruno não tem acompanhado os jogos da Copa do Mundo. Sem sinal de TV na unidade, o goleiro ainda aguarda a chegada de um rádio para poder ouvir as partidas da fase final do Mundial.
Condenado a 22 anos de prisão pelo sequestro, morte e desaparecimento do corpo de Eliza Samudio, Bruno fica o dia todo em uma cela individual e tenta uma autorização de trabalho externo para retornar aos gramados. Ele tem contrato assinado com o Montes Claros, clube da 2ª divisão mineira. A transferência é justamente parte da estratégia para poder treinar no Montes Claros, segundo o advogado Tiago Lenoir.
— Ele disse que a higiene na cela é melhor e que está sendo tratado como um preso qualquer. Ele tinha medo de ter problemas de adaptação, mas comentou até que a comida é boa. Logo uma comissão vai avaliar se ele pode trabalhar internamente, já que aqui começa do zero. Nada do que ele tinha lá vale automaticamente [ultimamente, Bruno trabalhava na construção de blocos de concreto em Contagem].
Volta aos gramados
Em fevereiro deste ano, Bruno assinou contrato com o Montes Claros Futebol Clube, que joga a segunda divisão estadual. Esse era um dos motivos do pedido de transferência para o Norte de Minas.
Entretanto, apesar da transferência concluída, a Justiça mineira negou no último dia 12 o pedido de trabalho externo feito pela defesa do goleiro Bruno Fernandes sob alegação de que não há condições para o cumprimento do contrato de Bruno com o time de Montes Claros
Segundo o juiz da Vara de Execuções Criminais de Contagem, Wagner de Oliveira Cavalieri, a lei prevê uma série de medidas de segurança para impedir fugas ou indisciplinas, com isto, seria necessário que o goleiro tivesse escolta diária até o trabalho.
Além disso, o Ministério Público já havia se posicionado contrariamente ao trabalho externo uma vez que o goleiro foi condenado à prisão em regime fechado.