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Comandante é denunciado por tortura psicológica de PMs na Grande BH

Assédio moral teria levado dois militares ao suicídio; outro teria tentado se matar nesta semana

Minas Gerais|Do R7

Tenente-coronel Jair Pontes teria punido militares que pediram licença médica
Tenente-coronel Jair Pontes teria punido militares que pediram licença médica Tenente-coronel Jair Pontes teria punido militares que pediram licença médica

O tenente-coronel Jair Pontes, comandante do 33º Batalhão da Polícia Militar em Betim, na Grande BH, é denunciado pelos próprios subordinados por tortura psicológica e assédio moral. Nesta quarta-feira (16), durante audiência na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, foram apresentadas mensagens de militares que atribuem ao policial perseguições a quem pedia licença médica. Um cabo suicidou no começo do mês ao ter vários pedidos de licença psiquiátrica negados.

O cabo Cristian Pablo Silva se matou com um tiro na cabeça no começo de julho. Ele passava por tratamento psiquiátrico, tentava conseguir licença e renovou o pedido ao descobrir que a mulher foi diagnosticada com nódulos na cabeça. O tenente-coronel Jair Pontes o manteve em serviço, trocou seu turno e ainda determinou que ele fizesse patrulha a pé.

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A viúva, Debora Carvalho, participou da audiência. Segundo ela, após a morte, foi até o batalhão dar entrada em documentos e o cabo ainda constava como vivo.

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— Meu salário é de R$ 800, tenho dois filhos, de 11 e cinco anos, estou em tratamento fazendo radioterapia e, quando abro a porta de casa, falta uma pessoa.

O deputado Sargento Rodrigues (PDT) questionou o comandante e leu relatos de militares que afirmam que quem pede atestado médico é perseguido, recebendo menos folgas e turnos piores de trabalho. Nesta semana, um policial do 33º Batalhão tentou se enforcar. O parlamentar lembrou que outro militar se suicidou em Igarapé quando era comandado pelo tenente-coronel Pontes e recebeu denúncias de abusos em Juiz de Fora. “As denúncias são gravíssimas e te consideram 'o terror'”.

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O deputado Cabo Júlio (PMDB) classificou a situação interna. “A verdade é que a tropa está em desespero, e desse jeito, não dá para ficar”. Para ele, o CRM precisa avaliar se os pedidos de atestado são corretos, não um policial. "Se existem dúvidas sobre um atestado, isso precisa ser levado para o CRM, mas o policial não pode avaliar isso.

Tenente-coronel nega acusações

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Ouvido durante a audiência, o tenente-coronel Jair Pontes negou as acusações de perseguição. Segundo ele, o policiamento a pé é indicado para militares com saúde debilitada.

— A demanda operacional é grande, o índice de criminalidade em Betim é alto e, para aproveitar melhor os recursos humanos e manter a operacionalidade da companhia, utilizamos esses militares em atividades menos desgastantes.

A comissão determinou o envio de ofício ao governador do Estado e ao comandante da Polícia Militar pedindo abertura de inquérito acerca das denúncias e o afastamento do tenente-coronel. O Ministério Público também deve ser notificado.

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