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Conselho questiona cervejaria perto de sítio arqueológico em MG

Sociedade Brasileira de Espeleologia cobrou informações sobre o impacto da fábrica que deve ser erguida em Pedro Leopoldo

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Crânio de Luzia foi achado na gruta Lapa Vermelha
Crânio de Luzia foi achado na gruta Lapa Vermelha Crânio de Luzia foi achado na gruta Lapa Vermelha

A Sociedade Brasileira de Espeleologia emitiu uma nota, nesta sexta-feira (8), questionando a construção de uma fábrica da cervejaria Heineken próximo a um sítio arqueológico, em Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte.

O terreno fica perto da gruta onde foi localizado o crânio de Luzia, fóssil humano de aproximadamente 11.500 anos, considerado o mais antigo achado na América do Sul.

Além da importância no campo da paleontologia, a carta questiona os possíveis impactos na disponibilidade de água da região, já que a empresa estima captar um volume que, segundo especialistas, seria suficiente para abastecer uma cidade com 37 mil pessoas.

"Há trabalhos de hidrogeologia que informem mais detalhes sobre os ambientes subterrâneos na área de interesse do empreendimento? O empreendedor poderia informar detalhes sobre os modelos hidrogeológicos usados para suportar tecnicamente a segurança hídrica e ambiental na extração de águas subterrâneas ora proposta?", diz trecho do documento assinado por José Roberto Cassimiro, presidente da Sociedade Brasileira de Espeleologia.

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O conselho pede esclarecimentos tanto para a cervejaria, quanto para a Prefeitura de Pedro Leopoldo e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente. A reportagem procurou as três instituições acionadas e aguarda retorno.

Sobre o processo de licenciamento, a Secretaria de Meio Ambiente já havia alegado ao R7 que o processo ocorreu dentro das práticas previstas para o setor. A Heineken também declarou que atendeu todas as orientações do poder público.

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Obra parada

No início de setembro, o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), ligado ao Ministério do Meio Ambiente, embargou a obra alegando que erros no licenciamento e riscos de impacto nas cavidades da Lapa Vermelha.

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Na última quarta-feira (6), o juiz Mário de Paula Franco Júnior, da 12ª Vara Federal Cível e Agrária, emitiu uma liminar autorizando o retorno da construção.

A Heineken, no entanto, informou que decidiu, por enquanto, manter a obra suspensa. "Acreditamos que o diálogo com os órgãos envolvidos é sempre o melhor caminho e, por isso, manteremos as conversas no sentido de reiterar todo o respaldo técnico necessário para definitiva retomada e construção da cervejaria", alegou a companhia após o despacho judicial.

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