Defesa Civil contestou justificativa da Vale
Divulgação/ALMGO sistema de sirenes de segurança instalados no complexo da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), não estavam funcionando plenamente sete meses antes da tragédia. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (8) pelo tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador-adjunto da Defesa Civil em Minas Gerais.
A constatação foi feita durante inspeção da Defesa Civil em 16 de junho de 2018. Depois da vistoria, a Defesa Civil solicitou a Vale que as sirenes fossem colocadas em funcionamento.
Godinho foi um dos convidados ouvidos nesta segunda-feira (8) pela CPI da Barragem de Brumadinho, na Assembleia Legislativa de Minas que apura a responsabilidade pela tragédia.
"Tenho a informação de uma vistoria que foi feita em 16 de junho. Nesse dia foi verificado que as sirenes que ali estavam não estavam em pleno funcionamento. Após isso e sobre o momento não tenho como afirmar se a sirene estava ali e porque ela não foi acionada. Foi feito todo encaminhamento para que essa ação emergencial fosse feita", afirmou Godinho.
Godinho também criticou a explicação do ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman, que disse em entrevista seis dias após a tragédia, que a sirene foi "engolfada" pela lama de rejeitos.
"Na inspeção que foi feita nós apontamos que a sirene não funcionava ou não estava ali. Se a lama levou aquela sirene qual é a consequência lógica disso? É que ela não deveria estar ali. Porque se existisse uma possibilidade da lama varrer aquela sirene ali não era o local adequado. Deveria se procurar um outro ponto para que se a sirene fosse acionada as pessoas escutassem", explicou.
Procurada pela reportagem, a Vale informou que o "sistema de sirenes estava em fase de implementação em junho de 2018, seguindo a portaria 70389/2017, da ANM, que determina que estes dispositivos estejam em funcionamento até o prazo de julho de 2019".