Acidente ocorreu no início do mês e deixou dois mortos
Polícia Militar/DivulgaçãoA Comdec (Coordenadoria Municipal de Defesa Civil) de Belo Horizonte descartou qualquer risco de queda iminente da alça norte do viaduto Guararapes. A opinião do órgão é contrária ao que afirmou a construtora Cowan, responsável pela obra. A empresa recomendou a implosão imediata da construção que ficou em pé para evitar novos acidentes. A alça sul do elevado caiu no dia 3 de julho, deixando dois mortos e 22 feridos.
Mesmo assim, a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) decidiu retirar 186 famílias que vivem em prédios vizinhos ao viaduto, para "dar tranquilidade" à população. O cadastramento dos moradores já começou e deve ser concluído nos próximos dias. Além deles, a Escola Helena Bicalho também será evacuada. O coordenador da Defesa Civil Municipal, Alexandre Lucas, explica quais serão os próximos passos.
— Nós não podemos de maneira nenhuma permitir que as pessoas durmam ao lado de um viaduto onde um técnico renomado diz que ele pode cair. Já foi solitado que a diretora da escola verifique um prédio com salas livres para locação. A Cowan irá locar esse prédio. As famílias com crianças em idade escolar terão prioridade para ficar em locais próximos às suas casas. Estamos verificando também se há idosos e pessoas com necessidades especiais. Todo o apoio será dado a essas famílias.
Em coletiva de imprensa realizada na última terça-feira (22), a Cowan informou que falhas no projeto de concepção do viaduto provocaram a queda. De acordo com a análise feita pela empresa, foi utilizado dez vezes menos aço do que o necessário para a construção dos pilares.
A Consol, responsável pela elaboração do projeto, no entanto, rebateu as acusações. Em nota divulgada pelo presidente Maurício Lana, a empresa destacou que "é possível observar divergências" entre o que foi planejado e a execução dos trabalhos. Segundo a Consol, o fundamental é preservar o que restou do elevado para que sejam concluídos os exames da perícia oficial.
Relembre o caso
O viaduto Gurarapes, que fica no bairro São João Batista, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, desabou no último dia 3 de julho. A construção atingiu quatro veículos, sendo um ônibus, um automóvel Fiat Uno e dois caminhões. A motorista do coletivo e o condutor do carro foram atingidos pelos escombros e morreram ainda no local. Outros 22 passageiros do ônibus ficaram feridos e foram socorridos para hospitais da cidade. Entre os feridos, estava a filha da condutora, uma menina de apenas cinco anos.