Seis testemunhas do processo de suspeita de tráfico de órgãos foram ouvidas durante a noite dessa quarta-feira (31) e a madrugada desta quinta-feira (1º) em Poços de Caldas, no sul de Minas.
Os médicos Celso Roberto Frasson Scafi, Cláudio Rogério Carneiro Fernandes e Sérgio Poli Gaspar assistiram ao depoimento das vítimas. Eles são apontados pelo Ministério Público como membros de uma "máfia dos órgãos" e funcionariam como atravessadores para um esquema de tráfico em todo o País.
Segundo o promotor Daniel Ribeiro Costa, uma série de circunstância leva à acusação dos réus.
— Os prontuários médicos da criança, a ausência de laudos necessários para constatar a morte encefálica, tudo isso mostra a culpa dos suspeitos.
Costa também afirmou que, como a vítima era menor de idade, a autorização para doação dos órgãos da criança tinha que ser dada por ambos os pais, mas só o pai de Paulo Pavesi autorizou.
José Arthur di Spirito Kalil, advogado de defesa dos médicos Celso Roberto e Cláudio Rogério, alega que há erros evidentes no processo.
— A acusação pretende contestar algo que é inequívoco, que é a declaração de morte encefálica do garoto Pavesi.
Testemunhas
As 16 testemunhas restantes continuam a depor nesta quinta-feira (1º), em Poços de Caldas. Das 22 testemunhas, 12 terão seus depoimentos lidos, por estarem fora da cidade na ocasião. O pai de Paulo Pavesi teve o depoimento colhido por carta rogatória, por morar fora do Brasil.
Há a suspeita de que outros quatro profissionais da saúde também estejam envolvidos no esquema. Os médicos ainda podem ser acusados por demora no atendimento, realização de cirurgia por profissional inabilitado, erro médico e inexistência de tratamento adequado.