Em Minas Gerais, 9 em cada 10 vítimas de feminicídio não tinham medidas protetivas
Foto/Gabriel RodriguesNesta terça-feira (07), um dia antes do Dia Internacional da Mulher, a Polícia Civil de Minas Gerais lançou uma cartilha para orientar vítimas de violência de gênero sobre a medida protetiva. Durante o ano de 2022, a justiça concedeu 144 medidas protetivas por dia em Minas Gerais, ou seja, uma a cada 10 minutos.
Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública mostram que em Minas Gerais, ao longo de 2022, 170 mulheres foram mortas e outras 194 sofreram tentativa de feminicídio. Os dados cresceram em comparação com 2021, quando foram registrados 155 feminicídios e 181 tentativas.
Na capital mineira, em 2022, foram 14 feminicídios, o que demostra uma diminuição nas ocorrências, já que em 2021 foram 19 feminicídios consumados. O índice de tentativas se manteve em 25 nos dois anos.
Casos gerais de violência doméstica também foram contabilizados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública. Tanto no estado de Minas Gerais, quanto em Belo Horizonte, houve uma queda na comparação entre 2021 e 2022. A solicitação da medida protetiva pode ter uma relação direta com a diminuição dos números
Segundo Carolina Bechelany, chefe do Departamento Estadual de Investigação, Orientação e Proteção à Família (Defam), mulheres têm pedido mais medidas protetivas uma vez que a violência doméstica e de gênero tem sido cada vez mais debatida.
“A cartilha tem o intuito de confirmar a importância de a mulher saber que a vida dela pode ser resguardada pela medida. O simples fato de descumprir medida já é crime “, reforçou Carolina.
Em Minas Gerais, 9 em cada 10 vítimas de feminicídio não tinham medidas protetivas. O material da cartilha pode ser acessado no site da Polícia Civil.
Operações
Ainda na tentativa de combater esse tipo de crime, a Polícia Civil realizou uma operação de apreensão de armas de fogo por meio da medida protetiva.
A chefe da Divisão Especializada em Atendimento à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência e Vítimas de Intolerância (Demid), Renata Ribeiro, informou que as ações são realizadas quando a vítima informa que o agressor tem arma de fogo.