O adolescente de 13 anos, suspeito de agredir um colega da mesma idade, com Transtorno do Espectro Autista (TEA) utilizando um golpe conhecido como "mata-leão", dentro da Escola Santo Tomás de Aquino, no bairro São Pedro, em Belo Horizonte, na última terça-feira (1º), foi afastado da instituição de ensino. De acordo com a nota enviada para a imprensa pela assessoria da escola, a medida foi tomada após apuração do caso e acionamento do Conselho Tutelar.
"Informamos que o aluno agressor foi afastado das aulas seguindo um plano alinhado com sua família e após o cumprimento dos trâmites processuais, que passam pela apuração dos fatos e o acionamento do Conselho Tutelar", traz a nota.
A instituição de ensino pontuou ainda, que o aluno vítima do ataque vai retornar às aulas com o apoio de um profissional para acompanhá-lo. Além disso, será traçado um plano escolar para ele em conjunto com a família.
"É importante destacar que a instituição tem como política o acompanhamento de cada um dos alunos neurodiversos por meio de um Plano de Desenvolvimento Individual. No caso do aluno em questão, ele retornará à sua rotina escolar com o acompanhamento de um profissional qualificado e contará com o acolhimento de toda a equipe, de acordo com um plano detalhado em parceria com a família", informou a escola.
A Polícia Civil informou que "nos próximos dias, os envolvidos serão ouvidos para prestar esclarecimentos".
Leia a nota da Escola na íntegra:
A Escola Santo Tomas de Aquino reforça sua consternação e solidariedade com o aluno e seus familiares envolvidos no recente caso de agressão.
Informamos que o aluno agressor foi afastado das aulas segundo um plano alinhado com sua família e após o cumprimento dos trâmites processuais, que passam pela apuração dos fatos e o acionamento do Conselho Tutelar.
É importante destacar que a instituição tem como política o acompanhamento de cada um dos alunos neurodiversos por meio de um Plano de Desenvolvimento Individual. No caso do aluno em questão, ele retornará à sua rotina escolar com o acompanhamento de um profissional qualificado e contará com o acolhimento de toda a equipe, de acordo com um plano detalhado em parceria com a família.
Por fim, a Santo Tomás de Aquino reforça que repudia qualquer tipo de agressão ou violência e, ao longo dos seus 68 anos, sempre teve a reputação de acolher e incluir alunos diversos, com a convicção de que a escola deve ser um ambiente para todos. Assumimos, com amor e profissionalismo, os desafios inerentes à inclusão, sem fazer distinção ou escolhas na admissão dos seus alunos. E reafirmamos nosso compromisso de continuar lutando diariamente para realizar esta missão.
Relembre o caso
Um adolescente autista, de 13 anos, foi agredido com uma "mata-leão" por um colega na mesma idade, dentro da Escola Santo Tomás de Aquino, localizada no bairro São Pedro, na região centro-sul de Belo Horizonte, na última terça-feira (1º). A Polícia Civil informou que vai investigar o caso.
A mãe da vítima declarou que essa não é a primeira vez que o filho é atingido e denuncia que há omissão da Escola. A instituição de ensino afirmou que está dando apoio à família.
No boletim de ocorrência, a mãe relatou que o filho vinha sofrendo bullying na escola e que, em setembro deste ano, ele teria tentado tirar a própria vida por conta dessa situação. O adolescente contou a ela que, na última terça-feira (1º), durante a troca de professores, ele teria sido atacado por trás e jogado no chão por um outro aluno, que estaria lhe aplicando um golpe conhecido como "mata-leão". Uma professora de matemática teria entrado no local, visto a cena e pedido para que aquilo acabasse.
A vítima teria ido à mesa dele e dormido. A mãe descreve no boletim que, minutos depois, o mesmo aluno agressor teria acordado o garoto ao jogar água na cabeça dele e em todos os seus materiais. A mãe conta que o garoto acordou assustado, atirando-se no chão. O aluno foi levado para a enfermaria e a mãe, acionada.
Em lágrimas, a mãe da criança vítima do ataque gravou um vídeo e falou sobre a situação. "Meu filho está em crise desde o início do ano", disse.
Ela registrou boletim de ocorrência no mesmo dia. E contou que na quinta-feira (3), em reunião, a escola informou que o aluno agressor havia sido suspenso por dois dias e retornaria na próxima segunda-feira (7). "A terapeuta do meu filho foi bem clara. Ele não pode voltar para a escola enquanto o aluno agressor estiver no ambiente. Tenho cinco filhos, que no ano que vem não vão estudar mais nesse colégio", disse a mãe.