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Estrada esburacada e sem asfalto é o único acesso a Fonseca (MG)

Caminhões de mineradoras com excesso de carga agravam a situação; moradores usam rodovia para trabalhar e ir ao médico em cidades vizinhas

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Na época de chuva, veículos ficam atolados nas poças de lama
Na época de chuva, veículos ficam atolados nas poças de lama Na época de chuva, veículos ficam atolados nas poças de lama

Moradores de Fonseca, distrito de Alvinópolis, a 165 quilômetros de Belo Horizonte, enfrentam diariamente uma nuvem de poeira e um “campo minado” de buracos para chegarem à cidade de Catas Altas, pela MG-326 e MG-129. Com as chuvas, os 13 quilômetros da estrada não asfaltada que liga os municípios ficam ainda mais intransitáveis. Mesmo assim, a Prefeitura adianta que não está prevista a pavimentação da via.

Fonseca fica em uma área conhecida como Quadrilátero Ferrífero, devido à quantidade de mineradoras instaladas na região. Para a população do distrito de 4.888 habitantes, é mais perto irem para cidade vizinha do que percorrer 32 quilômetros, também em estradas de terra, para chegar ao município ao qual pertencem. O leitor Eliberto Geraldo Moreira enviou para o R7 um vídeo em que ele mostra da situação da via.

O caminho é conhecido, principalmente, por boa parte da população que estuda ou trabalha na cidade vizinha. Alguns deles, precisam de deixar o distrito para procurar atendimento médico nas redondezas. Na noite desse sábado (10), por exemplo, uma moradora entrou em trabalho de parto e precisou ser levada para Santa Bárbara, que fica a 22 quilômetros de distância, já que Fonseca não tem maternidade. O marido dela demorou uma hora para fazer o percurso. 

Dionas Júnior do Nascimento, presidente Associação dos Moradores do Distrito de Fonseca (Acodif), reclama que o tráfego intenso de caminhões das mineradoras pioram a situação das MGs. Para fugir do problema, a solução é passar por rotas alternativas que aumentam as viagens em, no mínimo, 80 quilômetros — ainda assim, sem evitar as estradas de terra.

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— Passa caminhão pesado todo dia lá. Com a estrada boa, dá pra fazer o trecho em 20 minutos, mas tem dia que demoro até 50.

Insatisfeitos com a situação, os moradores de Fonseca pediram apoio ao poder público, mas o sofrimento parece não ter data para acabar. Segundo a Prefeitura de Catas Altas, as MGs 326 e 129 passarão por reformas, porém não é previsto o asfaltamento das rodovias.

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Procurado pelo R7, o DEER (Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais), responsável pelas vias estaduais, informou que avalia a recuperação do trecho não pavimentado. O órgão confirmou que a rodovia foi comprometida devido ao recente tráfego irregular de caminhões com excesso de carga.

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Na última quinta-feira (8), o DEER iniciou uma blitz educativa para fiscalizar o peso veículos de que circulam na região. Ainda de acordo com o departamento, o monitoramento será contínuo para autuar quem trafega com excesso de carga no trecho.

Confira as notas na íntegra:

DEER/MG:

“O DEER/MG estuda as questões técnicas para a recuperação do trecho não pavimentado da MG 326, pois o estado precário da rodovia foi comprometido devido ao recente tráfego irregular de caminhões com excesso de carga.

O Departamento manterá, de forma permanente, fiscalização para autuar os veículos que insistem em trafegar com excesso de carga na MG 326. A manutenção preventiva ao período chuvoso na MG 326, ocorreu em setembro de 2017.

A ligação do entroncamento da MG 326 até Alvinopolis é municipal.”

Prefeitura de Catas Altas:

“1:Há alguma previsão de manutenção da via?

A Prefeitura de Catas Altas recebeu, ontem (08 de março), a visita do Coordenador Regional do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG) em Itabira, Marcelo Rodrigues. Rodrigues esteve na cidade para informar e esclarecer que o DER vai realizar diversas intervenções nas MG-129 e MG-326. Na primeira, serão feitos serviços como capina, limpeza, desobstrução de bueiros, entre outros. Já na segunda estrada, que é de terra e liga Catas Altas ao distrito de Fonseca, em Alvinópolis, será feita uma manutenção mais completa.

A visita foi feita após a Prefeitura ter feito nas últimas semanas algumas intervenções nas estradas estaduais em caráter de emergência. “O município quer ser parceiro do DER, mas, neste caso, teve que intervir porque eram situações de urgência. Apesar de eles terem nos informado nesta reunião que havia um cronograma de trabalhos, as ações não poderiam esperar. As vidas dos motoristas e moradores que precisam usar essas estradas diariamente estavam em risco”, esclareceu o prefeito José Alves Parreira.

Além disso, o deputado estadual Tiago Cota também interviu para que as ações fossem realizadas com mais agilidade.

Na ocasião da reunião, Rodrigues enfatizou que o DER está agradecido pelo apoio dado pela Prefeitura e informou que a equipe já está contratada e de prontidão para iniciar os trabalhos nos próximos dias.

2: Está previsto o asfaltamento do trecho?

Não existe previsão, segundo o DER, que é o responsável pela via.

3: Alguma medida é analisada para resolver o problema dos caminhões?

O DER iniciou ontem blitz educativa, em um primeiro momento, verificando a pesagem dos caminhões que circulam no trecho de forma orientar os motoristas a respeito do limite máximo de peso que os veículos podem carregar. Para os próximos dias, o DER prevê blitz com notificações, caso o motorista não esteja respeitando as normas.”

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