O destino dos estudantes que participaram do polêmico trote com menções racistas na Faculdade de Direito da UFMG agora está nas mãos da Advocacia-Geral da União. Mais de dois meses depois das imagens terem causado revolta nas redes sociais, a apuração interna foi concluída e encaminhada à procuradoria jurídica do órgão.
O documento foi enviado nessa terça-feira (21) e será analisado por uma nova comissão, que terá entre 15 e 30 dias para decidir se a punição aplicada, que não foi informada, é a ideal. Segundo a assessoria da faculdade, o regimento interno da instituição prevê advertência, suspensão ou até mesmo a expulsão dos alunos envolvidos.
Em uma das imagens, uma caloura do curso aparece com a pele pintada de preto e segurando um cartaz escrito “caloura Chica da Silva”. Ela está acorrentada e é segurada por um veterano. Na outra foto, os estudantes fazem uma saudação nazista.
A comissão de três professores criada para avaliar o caso teve um prazo inicial de 30 dias para concluir as investigações, mas precisou de mais um mês para dar um parecer. Cerca de 60 envolvidos foram ouvidos, mas a UFMG não informou quantos alunos devem ser punidos.
A ação dos alunos gerou uma nota de repúdio do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), que classificou o trote como "injustificável". A ministra da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos (SDH), Maria do Rosário Nunes, participou de um debate sobre o tema na capital mineira.
Na época, um dos estudantes do curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais disse que as fotos foram "mal interpretadas".