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Ex-servidor do Governo de MG é suspeito de favorecer irregularidades de mineradora

Agente teria liberado a retirada de vegetação em área da Serra do Curral não prevista em acordo da empresa com o poder público

Minas Gerais|Ana Gomes, Do R7

Fiscalização apontou irregularidades na mineração
Fiscalização apontou irregularidades na mineração Fiscalização apontou irregularidades na mineração

Uma irregularidade registrada na operação da mineradora Gute Schit na Serra do Curral, na região metropolitana de Belo Horizonte, causou a exoneração do ex-superintendente da Supram (Superintendências Regionais de Meio Ambiente). A informação foi confirmada pelo Governo de Minas por meio de nota. 

Segundo o Executivo, uma fiscalização, realizada pela Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) e pelo Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico), constatou que foi retirada uma área de vegetação que não estava acordada entre o governo e a empresa, através do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). A mineradora alegou que a região foi alterada com autorização da pasta, por meio de um aditivo ao acordo, para a realização de uma obra de drenagem emergencial.

Após ser constatada a irregularidade, o aditivo foi cancelado na última sexta-feira (23). Diante da situação, o servidor responsável pela elaboração do documento foi exonerado. O Governo de Minas informou, por meio de nota, que a decisão foi tomada após o funcionário agir "em desconformidade com a conduta técnica, e todos os seus atos estão sendo revisados".

Com a exposição dos fatos, o Sindsema (Sindicato dos Servidores Públicos do Meio Ambiente de Minas Gerais) afirmou que a denúncia é contra o ex-superintendente da Supram Central e disse que ele não é servidor público concursado. Segundo o órgão, o profissional ocupava uma vaga de cargo comissionado, que é de competência e indicação do próprio governo.

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"Defendemos a imediata apuração dos fatos e a devida punição, caso sejam comprovadas as acusações ora imputadas ao ex-superintendente da Supram Central. As apurações estão sendo feitas pelo MPMG, o que trará à luz, esperamos, toda a situação deste processo", informou no comunicado.

O executivo disse, ainda, que solicitou à Gute que informe a necessidade da urgência da obra, com a possibilidade de que a mineradora perca o TAC suspenso e tenha que paralisar as atividades da Serra do Curral.

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Um grupo de ambientalistas e políticos enviaram uma representação ao MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) em que pedem investigação sobre o caso. O órgão informou que recebeu o documento e avalia a representação.

Resposta

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Em nota, a Mineração Gute Sicht informou que "realiza as suas atividades com todas as autorizações dos órgãos responsáveis, encontrando-se o empreendimento em absoluta conformidade com a legislação ambiental e minerária".

"Todas as autorizações ambientais foram concedidas após a apresentação de robusto estudo técnico ambiental (EIA/RIMA), e todas as exigências socioambientais estipuladas pelo estado foram rigorosamente cumpridas, inexistindo qualquer favorecimento ao empreendimento", completou a empresa.

A reportagem tenta contato com o servidor afastado do cargo.

Mineração 

Em maio deste ano, a Prefeitura de Belo Horizonte solicitou à Justiça a paralisação dos serviços de mineração no complexo minerário da Gute Sicht Ltda., inserido em área tombada da Serra do Curral, sob alegação de que o empreendimento tem causado impacto na morfologia da serra. 

O empreendimento está em processo de licenciamento na Semad desde 2021. No entanto, a prefeitura afirma que a concessão da licença ambiental não respeitou o tombamento municipal. 

A empresa argumenta que toda a documentação apresentada foi reconhecidamente lícita. Como o empreendimento está em área com abrangência de mais de um município, a competência para regularização da exploração é do estado. 

O Governo de Minas informou que, “como ação alinhada ao processo de tombamento da Serra do Curral, o Iepha solicitou estudo de impacto cultural para a Gute e para todos os empreendimentos localizados na área do acautelamento” e que o pedido da prefeitura foi indeferido pela Justiça no início de setembro.

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