Yasmin Rafaela, de 15 anos, sofre de paralisia e é apaixonada pelo Atlético; um de seus sonhos é ver o jogo do Galo no estádio
Facebook/ReproduçãoApesar de todas as limitações que têm de enfrentar, Yasmin Rafaela Vieira de Souza, de 15 anos, não perdeu a vontade de viver. Aos dez anos, ela sofreu um choque anafilático ao ser medicada com dipirona e, consequentemente, uma paralisia que a impede de andar, falar e que também prejudicou sua coordenação motora. Hoje, ela vive em uma cama.
Mas, uma paixão se manteve inalterada: o amor pelo Galo. É isso mesmo, Yasmin Rafaela é atleticana doente desde criança e sua mãe, Leny Perpétua de Souza, de 49 anos, conta que ela fica muito brava quando alguém ofende seu time do coração.
— Antes dela ter esse problema, ela chorava se alguém fizesse alguma zoação sobre o Galo, especialmente quando o time foi para a segunda divisão. E hoje, apesar de ela não falar, se alguém falar qualquer coisa do Atlético, ela expressa insatisfação.
Ela acompanha todos os jogos do Galo que são transmitidos pela TV aberta e um de seus maiores fãs é o goleiro Victor que, segundo Leny, ela gosta que seja chamado como São Victor, apelido que o atleta ganhou após defender tantos pênaltis na Copa Libertadores 2013, primeira vencida pelo Atlético.
E é por causa dessa paixão que surgiu uma campanha na internet para que a adolescente assista a um jogo do time no estádio. Ela nunca teve a oportunidade de ver a uma partida de futebol ao vivo e a mãe acredita que este a realização desse sonho deixará a filha imensamente feliz. Mas, ela ainda não contou sobre a ideia para a menina pois não quer criar nenhuma falsa expectativa.
A iniciativa partiu do estudante de Medicina e namorado de Leny, Anderson Eustáquio de Azevedo, de 33 anos, que divide com Yasmin a paixão pelo Galo. Aliás, foi essa paixão que o aproximou da família da adolescente há alguns anos, quando ela ainda andava e conversava normalmente.
— Nestes últimos jogos, a gente postou fotos da Yasmin com a camisa do Atlético e tive a ideia de levá-la no campo. Então, comecei a campanha na internet e estamos esperando ver no que vai dar.
Desde o início da divulgação, a campanha já teve alguns compartilhamentos no Facebook. Entretanto, para que este sonho se realize será necessário o envolvimento e ajuda de muitas pessoas. Isso porque a adolescente não consegue ficar sentada por muito tempo e precisaria de uma cama ou maca instalada em um camarote para conseguir acompanhar ou, pelo menos ouvir, o jogo de dentro de um estádio.
Além disso, Leny explica que ela precisaria de uma ambulância para ser transportada até o local da partida e do acompanhamento de médicos e enfermeiros ou técnicos de enfermagem..
— Hoje eu tenho assistência de um técnico de enfermagem da Unimed 24 horas, mas essa assistência não é estendida para o caso de eu sair de casa. E é fundamental que ela seja acompanhada de um profissional pois pode se emocionar muito e ter algum tipo de intercorrência.
Desde o choque anafilático, em agosto de 2011, Yasmin Rafaela já apresentou várias crises e complicações médicas chamadas de intercorrências, especialmente no primeiro ano após o problema. Ela chegou a ficar internada por meses em hospitais da capital e, nos últimos anos, tem se mostrado mais estável e tranquila. Além disso, a adolescente nasceu com uma hidrocefalia e já passou por várias cirurgias.