Na mistura entre gesso e água para dar forma a esculturas, 38 detentos buscam a ressocialização na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem na Grande BH. O coordenador de produção teve a história amplamente divulgada na mídia: é Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, condenado a 15 anos pela morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. Ele pode continuar na função até o fim de 2015 ou começo de 2016, quando recebe o benefício do semiaberto
Osvaldo Afonso / Governo de Minas
Macarrão trabalha nas peças em gesso há dois anos e usa os dias trabalhados para reduzir a pena. Na
falta de uma planilha eletrônica, ele controla entradas e saídas em um caderno de papel, onde desenha tabelas com o volume da produção e
a frequência de cada detento
Osvaldo Afonso / Governo de Minas
Os
números da fábrica são expressivos. Em abril, foram despachadas 506 caixas repletas de
19.804 peças. A quebra foi de apenas 177. Macarrão garante que o índice de quebra é baixo em relação ao número de peças
produzidas. — Trabalhamos para reduzir este índice ainda mais. O ideal é
não haver quebras
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O responsável pela fábrica é o empresário Rodrigo Lima Braga abriu uma filial na penitenciária em 2008. O trabalho com os presos deu tão certo que toda a produção foi transferida para o sistema prisional
Osvaldo Afonso / Governo de Minas
O
empresário Braga diz ter acertado ao
transferir a produção para a Nelson Hungria. Na época, recebeu críticas da família. — Meus familiares não
concordaram com a instalação da fábrica dentro da penitenciária. Diziam
que seria muito perigoso. Mas fui muito bem orientado pela Secretaria de
Estado de Defesa Social e senti que daria certo. O problema para ele, hoje, é ser revistado para entrar no trabalho e não poder usar celular ou computador enquanto estiver no escritório
Osvaldo Afonso / Governo de Minas
Segundo o empresário, dois presos que aprenderam o ofício continuam o trabalho com gesso depois de deixar a cadeia