Em
novembro do ano passado, a cidade de Mariana, na região central de
Minas, virou foco de atenção internacional depois que uma barragem
da mineradora Samarco rompeu e matou 18 pessoas. Até hoje, uma delas
continua desaparecida. Há três meses, no entanto, o mar de lama que
devastou o distrito de Bento Rodrigues e chegou a afetar o litoral do
Espírito Santo, começou a ganhar um novo destino. Um projeto está
utilizando os rejeitos derramados pela estrutura na produção de
tijolos
Corpo de Bombeiros/Divulgação
“Tijolos
de Mariana” é uma iniciativa conjunta criada pela Grey Brasil em
parceria com o Laboratório de Geomateriais da UFMG (Universidade
Federal de Minas Gerais) e apoio do Mab (Movimento dos Atingidos por
Barragens). O intuito é ajudar no renascimento da região, limpar a
área e ainda devolver empregos, construir moradias, centros de saúde
e educação e, consequentemente, gerar renda às comunidades locais
afetadas pela tragédia
Divulgação
Desde
a sua fundação, o projeto vem funcionando artesanalmente e já
fabricou 1.300 tijolos. Agora, os idealizadores buscam recursos para
uma fábrica que ampliará a produção em escala industrial e deverá
ser operada por mão de obra local, devolvendo 90 empregos diretos e
indiretos. A expectativa é de que, ao final de um ano, mais de um
bilhão de quilos de lama tenham sido retirados do meio ambiente
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Com os novos tijolos, será possível levantar mais de 1.200 casas populares, entre outras edificações. Para isso, os organizadores criaram uma página de financiamento coletivo. Até o momento, já foram arrecadados R$ 50 mil do total de R$ 400 mil necessários para a estruturação da empresa
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Como funciona: o processo de fabricação, executado por alunos da UFMG, funciona da seguinte forma: depois de captada, a lama passa por uma fase de filtragem, sendo transformada em um composto limpo e atóxico chamado Metakflex. Depois, ganha o formato de tijolo por um processo ecológico que não envolve emissão de gases