Um golpe antigo ainda tem feito vítimas no centro de Belo Horizonte. Conhecido como “golpe da tampinha”, o esquema engana há anos quem passa pela região achando que vai ganhar dinheiro fácil.
Segundo a Polícia Militar o golpe é realizado com a ajuda diversas pessoas. Enquanto o dono da banca onde o jogo é armado passa as tampinhas pelas mãos, falsos apostadores, comparsas do criminoso, acertam onde a bolinha está e vencem as apostas. As vitórias acabam incentivando os espectadores, que passam a ser vítimas.
Um cinegrafista amador registrou o momento em que homens se reúnem na rua Guaicurus para fazer as apostas. As tampinhas são espalhadas em um pedaço de papelão improvisado. O dono da banca chama a atenção de quem está passando pela rua, mas assim que um carro da polícia aparece, a maioria vai embora.
Durante uma operação na mesma rua, a PM prendeu Joel Pereira da Silva, de 55 anos. Ele se preparava para montar a banca quando foi flagrado pelos policiais.
Junto com ele os militares apreenderam as três tampinhas e a bolinha que seriam usadas nas apostas. Essa foi a quarta vez neste ano que o estelionatário foi detido pelo mesmo motivo. Ele nega que estivesse participando do golpe.
— Eu estava lá e ele chegou, disse que as tampinhas eram minhas. Eu não sei fazer nada disso.
De acordo com o major Gedir Rocha, a tática já é conhecida pelos militares.
— Eles fingem que dão oportunidade para a pessoa, mas a pessoa não tem a oportunidade de ganhar em momento algum.
O policial reforça a importância da denúncia das vítimas que foram enganadas.
— Quando ele é preso apenas com o material é enquadrado em jogo de azar, mas tendo a vítima pode ser por estelionato.