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Irritados com preços abusivos, 40 mil belo-horizontinos desabafam na web

Em 19 dias, página de exposição de cobranças surreais já tem cerca de 40 mil curtidas

Minas Gerais|Tabata Martins, do R7

Em 19 dias, página conquistou 41.181 curtidas
Em 19 dias, página conquistou 41.181 curtidas Em 19 dias, página conquistou 41.181 curtidas

Irritados com preços abusivos, cerca de 40 mil belo-horizontinos fazem uso de página criada no Facebook especialmente para desabafo dessas indignações.

Em apenas 19 dias, a "BH $urreal - NÃO PAGUE" tem exatas 41.181 curtidas e seus administradores recebem média de 50 reclamações diárias de cobranças surreais descobertas na capital mineira.

A página foi criada pelo jornalista Flávio Peixe, de 40 anos, que se inspirou em ideia carioca, a "Rio $urreal", que reúne quase de 180 mil internautas.

— A ideia foi criar um espaço para o belo-horizontino reclamar dos preços altos atuais, já que, normalmente, o mineiro não tem muito o hábito de demonstrar a sua insatisfação com o serviço ou conta ainda no estabelecimento que vai.

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Ao ser questionado sobre o grande sucesso da página em curto espaço de tempo, o jornalista disse que não esperava tamanha repercussão devido ao perfil mais discreto do mineiro.

— Descobri que descontentamento não vai da pessoa ser tímida ou contida. O que estou constatando é que ninguém quer mesmo é pagar um preço injusto.

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Segundo Peixe, o foco da página não é só denunciar os preços abusivos, mas também tentar fazer com que a qualidade dos serviços melhore. Afinal, ele considera que, atualmente, a tendência tem sido o preço das coisas aumentarem e a qualidade diminuir drasticamente.

— O que quero é prestar serviço e garantir preços justos e serviço de qualidade. O questionamento do consumidor é que a lógica seja seguida, ou seja, se o preço aumentar, a qualidade também tem que ser melhor. O brasileiro de uma forma geral não tem muito problema em pagar por algo, o problema é a lógica inversa que ocorre.

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Entre os preços surreais denunciados na página, o jornalista elegeu os "Top 10" até então para a reportagem do R7.

Confira os abusos:

1º - Goji Berry, fruta importada, a R$ 299 o kg no Super Nosso

2º - Pizza a partir de R$ 95 na Pizzaria Lucca, no Shopping Cidade

3º - Castanha do pará a R$ 73,99 o kg no Extra

4º - Sorvete a R$ 68,90 o kg na Easy Ice

5º - Carne moída a R$ 31,19 o kg no Verdemar

6º - Fatia de bolo de chocolate por R$ 23,90 no Applebees, no BH Shopping

7º - Estacionamento aberto na Praça da Assembleia a R$ 12 a hora

8º- Chopp 300 ml a R$ 7,90 e 500 ml a R$ 11,90 no Rutger Motors Music Bar

9º- Biscoito de queijo a R$ 5,99 a unidade na Padaria Pingo de Mel, no Alto Barroca

10º- Refrigerante 290 ml a R$ 4 no Armazém Dona Lucinha, na Savassi

Como funciona

Para usar o "BH $urreal - NÃO PAGUE", o internauta deve mandar os dados completos de onde encontrou um preço abusivo e enviá-los junto com foto que comprove a denúncia, como imagem da etiqueta com o preço e ou recibo da conta.

Atualmente, Peixe tem a ajuda de quatro pessoas para administrar a página e alerta que todo preço abusivo denunciado é checado por meio de pesquisa em outros estabelecimentos comerciais semelhantes e ou pesquisa já feitas por empresas, como o Mercado Mineiro.

— Há uma constante filtragem do que recebemos. Assim, mantemos a credibilidade e prestarmos um serviço de qualidade, que é o nosso principal objetivo.

O jornalista também afirma que a intenção é sempre criar espaço para debate na página, mas postagens preconceituosas e ou ofensivas são retiradas.

Resultado

Além da conquista de em torno de 40 mil curtidas, a "BH $urreal - NÃO PAGUE" também já deu outros tipos de retorno para o criador da página. Conforme Peixe, uma empresa varejista bastante citada pelos seus seguidores chegou a procurá-lo para saber como funciona o serviço, assim como se propôs a debater com os clientes sobre o valor cobrado pelos produtos denunciados. O mesmo ocorreu com um dos donos de bar divulgado na página.

Outro retorno de Peixe foi o contato de segundo dono de bar citado, que o procurou para falar sobre a possibilidade de anunciar no "BH $urreal - NÃO PAGUE", o que foi negado.

— A minha intenção não é ganhar dinheiro com a página. Assim, não pretendo permitir publicidade alguma.

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