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Juiz acusado de integrar quadrilha de traficantes ganha liberdade provisória 

Amaury de Lima e Souza foi detido pela Polícia Federal em 2014 acusado de liberar criminosos

Minas Gerais|Márcia Costanti, do R7

Investigações apontam que grupo lucrava até R$ 20 milhões por mês
Investigações apontam que grupo lucrava até R$ 20 milhões por mês Investigações apontam que grupo lucrava até R$ 20 milhões por mês

A Justiça concedeu liberdade provisória ao magistrado Amaury de Lima e Souza, preso em junho de 2014 por suspeita de integrar uma organização criminosa. De acordo com a assessoria do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), o alvará de soltura foi expedido na última quinta-feira (26) pelo juiz Edir Guerson Medeiros, da 2ª Vara Criminal de Juiz de Fora, na Zona da Mata.

A Seds (Secretaria de Estado de Defesa Social) confirmou que Souza deixou a sede do 18º Batalhão da Polícia Militar, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde estava detido, por volta de 14h. 

Souza, que atuava na comarca de Juiz de Fora, foi preso pela Polícia Federal durante as atividades da Operação Athos. No total, 19 pessoas ligadas a uma quadrilha de tráfico internacional foram para a cadeia. As investigações estimam que o grupo lucrava cerca de R$ 20 milhões por mês. Ele responde por integrar organização criminosa, colaboração com associação para o tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo de uso permitido, conexão com outras organizações criminosas independentes, corrupção passiva, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. No dia da prisão, os agentes encontraram R$ 250 mil na casa do magistrado e apreenderam um veículo de luxo avaliado em R$ 200 mil. 

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A denúncia foi recebida e aceita pelo Órgão Especial do TJMG no dia 10 de dezembro do ano passado. Dos 18 desembargadores que participaram da sessão, 16 concordaram com a denúncia. Está sendo investigada ainda a suposta venda de sentenças e fornecimento de informações sobre processos a traficantes. A ação penal ainda não foi recebida pela Justiça. Se for considerado culpado por mais este crime, Souza pode pegar outros quatro anos de prisão e perder o cargo público. No âmbito do TJMG, o juiz só pode ser punido com a aposentadoria obrigatória. Enquanto esteve preso, ele recebeu os vencimentos normalmente. 

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Depoimento 

O juiz chegou a ser interrogado no ano passado e reclamou do tamanho da cela e da qualidade da comida. O magistrado alegou que possuía armas de uso restrito porque é um dos maiores colecionadores do Brasil. Ele considerou que assinou decisões polêmicas por ser "um juiz à frente de seu tempo" e pediu para ter a prisão preventiva convertida em domicilar. Sobre a apreensão de R$ 250 mil dentro de casa, Amaury de Lima e Souza negou que fosse proveniente de acordos com criminosos e disse que juntava a quantia para a compra de um apartamento. Por causa de dívidas bancárias, o juiz teria receio de depositar o valor. O magistrado ainda detalhou pagamentos aos filhos e a compra de um Camaro, por quase R$ 200 mil, que foi dado de presente para a mulher.

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