A Justiça absolveu os dois acusados de envolvimento no assassinato de três pessoas e na tentativa de homicídio de outras duas durante um show de pagode no bar Viola Encantada, no bairro São Geraldo, região leste de Belo Horizonte. O crime aconteceu em agosto de 2012 e os réus foram levados a júri popular na última terça-feira (23) no Fórum Lafayette.
Jean Paulo Santos da Fé, de 21 anos, o Jeanzinho, e Luciano Beiral de Oliveira, de 37, conhecido como Tijolo, respondiam por triplo homicídio, com agravantes de motivo torpe, perigo comum e mediante recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, e dupla tentativa de homicídio. Entretanto, os jurados não reconheceram a participação deles nos crimes. O Ministério Público já informou que irá recorrer da decisão.
De acordo a promotora Patrícia Estrela, nenhum familiar das vítimas participou do julgamento pois têm medo dos réus. Ela também contestou o álibi dos acusados e afirmou que a perícia revelou que três armas foram utilizadas na chacina, sendo algumas delas armas de guerra. Ainda conforme a denúncia , os réus teriam dado cobertura para dois bandidos que invadiram a casa de shows para matar um rival em uma disputa por tráfico de drogas.
Durante o julgamento, cinco testemunhas foram ouvidas, entre elas irmãos e um amigo de Luciano Beiral, uma outra pessoa e um policial do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) que fazia patrulhamento pela região e trocou tiros com os bandidos.
Outro acusado de envolvimento na chacina, Peter Gomes de Moura, de 25 anos, foi julgado em novembro do ano passado. Ele foi condenado a 23 anos e quatro meses de prisão em regime inicialmente fechado. Já o quarto envolvido morreu em uma troca de tiros com a polícia.
Chacina
Rodrigo Luiz Marques Cerqueira, o Gão, e Peter Gomes de Moura invadiram a casa de shows enquanto recebiam cobertura de Tijolo e Jeanzinho. Gão, que estava com uma submetralhadora espanhola de calibre 9mm atirou diversas vezes contra um rival, que correu pelo estabelecimento. Os disparos acabaram atingindo várias outras pessoas inocentes, matando duas e ferindo outras 14.
Após o crime, os suspeitos fugiram em duas motocicletas, quando foram vistos por uma viatura do Gate. Após troca de tiros, Gão acabou baleado pelos militares e morreu no local.