A mãe da psicóloga encontrada morta dentro do porta-malas do próprio carro no dia 22 de agosto, em Pouso Alegre, a 373 km de Belo Horizonte, afirmou não acreditar na hipótese de suicídio. Essa é uma das linhas de investigação adotadas pela Polícia Civil, que também apura se ela foi assassinada.
Luiz Matias, de 37 anos, foi encontrada morta pelo marido, amarrada nos pés e nas mãos dentro do veículo.
Em entrevista à RecordTV, Luzia Matias afirmou que, 15 dias antes de ser encontrada morta, sua filha, Marilda, comentou que queria mudar de casa, vender o carro e se mudar para Bauru, no interior de São Paulo, para ficar mais próxima da família. Luzia ainda teria se oferecido para passar uns dias na casa da filha, mas ela teria negado a visita.
A vítima ainda teria cancelado o aplicativo de celular que enviava mensagens e ficado distante da família nos dias que antecederam a morte.
A mãe de Marilda ainda revelou que o casal teve um desentendimento recente e que o marido teria chamado a esposa de “burra” após uma briga.
Conversa com o genro
Luzia Matias ainda compartilhou uma troca de áudios que teve com o marido de Marilda. A mãe da psicóloga pergunta para o genro se a filha estava bem. “Não ‘tá’ não, dona Luzia. Marilda partiu, não ‘tá’ bem não. Sinto muito, viu? Beijo para vocês. Vou falando noticias assim que souber alguma coisa”, disse o marido.
A mãe ainda questionou o porquê o genro afirmou que Marilda partiu. Em seguida, Luzia questiona o homem sobre a filha ter sido encontrada morta dentro do próprio carro. Mas após a troca de mensagens, os dois mal teriam se falado. E, no velório da vítima, o homem também não teria conversado com a família.
— Foi um choque para mim saber que minha filha estava morta dentro do próprio carro dela
Investigação
O advogado da família, Fábio Costa, afirma que percebe falha na investigação do caso, que já dura nove dias. Segundo ele, a polícia deveria ter pedido as imagens das câmeras da cidade por onde a psicóloga teria passado.
Além disso, ele diz que alguns detalhes já eram para ter sido respondidos. Entre eles, sobre a hipótese de que Marilda teria pedido uma bicicleta emprestada a um amigo para fazer uma trilha.
— Ela tinha uma bicicleta específica para trilha. Então, a primeira questão: quem é esse amigo? Ela realmente pediu a bicicleta emprestada para ele? Esse é um ponto crucial para saber se, de fato, ele está dizendo a verdade.
Marilda ainda teria enviado uma mensagem para o marido dizendo que teria colocado o carro de ré. Mas a mãe garante que a filha nunca colocou o veículo nesta posição. O advogado também questiona o fato de o carro estar próximo à parede.
— O carro estava encostado na parede. Nós temos a imagem do perito empurrando o carro para abrir o porta-mala. Como ela entraria no carro, amarrada, com o porta-malas que alguém consegue abrir se o carro estiver distante da parede?
Luzia descarta a hipótese de suicídio e questiona o que teria acontecido com a filha. A mãe afirma achar estranho que a casa não tenha sinais de arrombamento.
— Eu quero é que descubram quem fez isso