Condenado no processo do mensalão a 37 anos de prisão, o publicitário Marcos Valério foi transferido da Apac para um presídio por suspeita de pagar propina ao presidente da instituição de apoio a condenados, Flávio Rocha, privilégios em troca de regalias. Toda a direção da Apac foi afastada.
As decisões — transferência de Valério e afastamento da diretoria — são da juiza Marina Rodrigues Brant, da Vara de Execuções Penais de Sete Lagoas, a 70 quilômetros da capital mineira, onde o publicitário cumpria pena, e atende a uma denúncia do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.
Entre as regalias a Valério é suspeito de pagar, a saída da unidade sem uso de algemas, uso de telefone e o direito a visitas em dias diferenciados dos demais apenados.
Em contrapartida, o publicitário depositava quantias robustas numa conta bancária que operada pelo presidente da Apac, conforme a sentença:
— Constato que as denúncias indicam que o detento Marcos Valério Fernandes de Souza estaria recebendo tratamento privilegiado na APAC/SL através de seu Presidente, Flávio Lúcio. Existem ainda informações robustas de que Marcos Valério estaria fornecendo quantias em dinheiro ao presidente da unidade.
O dinheiro não era depositado diretamente na conta do presidente da Apac. Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público, as quantias caiam numa conta aberta por um detento a mando do responsável pela unidade.
Em resposta à RecordTV Minas, o presidente da Apac informou que, "na visão dele, não se trata de privilégios, já que a Apac não é um presídio comum" e que o caso ganhou notoriedade "por se tratar de Marcos Valério".