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Mata Atlântica: 100 municípios concentram 71% do desmatamento

O município de Manoel Emídio (PI) é o que mais desmatou o bioma entre 2018 e 2019; 40% dos municipios que mais desmatam estão em Minas 

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Mata Atlântica só possui 12% da cobertura nativa original
Mata Atlântica só possui 12% da cobertura nativa original Mata Atlântica só possui 12% da cobertura nativa original

Nos últimos dois anos, apenas 100 dos 3.429 municípios que compõem a Mata Atlântica foram responsáveis por 71% do desmatamento do bioma. Ao todo, cerca de 400 cidades desmataram a floresta nativa em 2018 e 2019.

A Mata Atlântica perdeu 14.502 hectares neste período, fruto do desmatamento. Esse número representa um crescimento de 27,2%, após dois períodos consecutivos de queda. Entre 2017 e 2018, o total foi de 11.399 hectares desmatados. Estes dados consideraram desmatamentos acima de três hectares

As informações estão no Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, da Fundação SOS Mata Atlântica, a partir de dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Nesse período, o município de Manoel Emídio, no Piauí, a 345 km de Teresina, perdeu 879 hectares de Mata Atlântica, o maior registro feito pelo estudo. Na sequência aparecem os municípios de Gameleiras (MG), a 691 km de Belo Horizonte, e Canto do Buriti, também no Piauí, a 418 km de Teresina. 

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Gameleiras (MG): em verde, o que resta da Mata; em vermelho, o que foi desmatado em 2018 e 2019
Gameleiras (MG): em verde, o que resta da Mata; em vermelho, o que foi desmatado em 2018 e 2019 Gameleiras (MG): em verde, o que resta da Mata; em vermelho, o que foi desmatado em 2018 e 2019

Lei da Mata Atlântica

Dos 100 municípios que mais desmataram a Mata Atlântica nesta década, 40 estão localizados em Minas Gerais, que é o campeão do desmatamento do bioma pelo 5º ano seguido.

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De acordo com o diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, a região do Vale do Jequitinhonha apresenta o cenário mais grave no Estado, região em que é comum o desmatamento para produção ilegal de carvão vegetal. 

Nesta região está localizado, por exemplo, o Triângulo do Desmatamento da Mata Atlântica, formado pelos municípios de Jequitinhonha, Ponto dos Volantes e Águas Vermelhas. Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, "trata-se da região mais crítica das matas secas no noroeste mineiro. Na região, as florestas nativas foram transformadas em carvão e depois substituídas por eucalipto". 

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Para Mantovani, os municípios tem um importante instrumento para identificar, fiscalizar e punir os que cometem o desmatamento ilegal: a Lei da Mata Atlântica. 

Com a Lei, o município pode aplicar a multa aos infratores e o dinheiro não vai para o Ibama, mas para os cofres da prefeitura, que pode reinvestir o valor arrecadado em novas medidas de proteção da Mata Atlântica. 

- Essa lei foi regulamentada em cada um dos 17 Estados e traz a característica de cada um deles. Mas isso falta chegar aos municípios. Essa lei é importante porque ela pode ser aplicada em cada um dos três níveis [União, Estados e municípios] e não fica apontando o dedo para quem tem a responsabilidade de fiscalizar, por exemplo. 

O monitoramento da Mata Atlântica é feita pelos satélites de georreferenciamento do Inpe, que tem uma precisão de captar desmatamentos maiores que 3 hectares. Está em desenvolvimento uma tecnologia capaz de identificar desmatamentos maiores que 30 metros quadrados.

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