A prisão temporária do homem suspeito de matar a mulher a marretadas no mês passado em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, chega ao fim neste domingo (21). A filha do casal teme que ele vá atrás dos familiares.
Flávia Maria dos Santos, de 41 anos, foi encontrada morta na cama da própria casa no bairro Vila Barraginha, no dia 14 de janeiro. Vizinhos afirmam que, ao chegar em casa junto com o marido horas antes, a vítima já apresentava diversos hematomas no corpo.
O principal suspeito do crime é Atair Nicolau de Sousa, de 61 anos, que teria assassinado a mulher por conta de um desentendimento envolvendo a venda de um lote da família. Sousa chegou a ligar para a própria filha do casal para avisar que havia matado a mulher.
Medo do retorno
A irmã da vítima, Cristina Aparecida Santos, conta que Flávia tinha uma medida protetiva contra o marido por já ter sido agredida e ameaçada de morte, mas ele não respeitava a decisão da Justiça. Além da disputa pelo terreno, as brigas também teriam relação com o possível fim do relacionamento.
— Ela não aceitou ficar com ele mais, ela não queria ficar com ele mais, era um relacionamento abusivo. Foram muitos anos assim, ela se libertou.
A família teme que, com o fim do período da prisão temporária, ele possa vir atrás dos parentes. A estudante Brenda de Souza, filha do casal, afirma ter presenciado várias cenas de agressão e alega ter “ódio” do pai. Brenda implora à Justiça para que o pai seja punido.
— Ele sempre bateu nela e, querendo ou não, eu carregava uma mágoa dentro de mim. Não havia uma relação de pai e filha. Eu espero que ele fique preso e cumpra o que ele tem que cumprir. Apesar de não trazer ela de volta, ele tem que pagar.
A Polícia Civil confirmou que a prisão preventiva vence neste domingo (21). O inquérito já foi finalizado e encaminhado para a Justiça, mas o órgão não repassou informações sobre o caso.