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Mineradoras investem em soluções para reduzir o uso de barragens

Mais de R$16,7 bilhões foram aplicados para garantir mais segurança nas operações em MG

Minas Gerais|Do R7 Conteúdo e Marca

De acordo com a Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), nos últimos três anos, as principais mineradoras do estado investiram mais de R$ 16,7 bilhões em segurança, descaracterização de estruturas a montante e em alternativas que reduzam a necessidade de barragens de rejeitos em suas operações. Entre as tendências para atingir este objetivo estão a produção a seco e a filtragem de rejeitos.

Com a filtragem, o rejeito pode ser empilhado em estado sólido, diminuindo assim a dependência de barragens. A mineradora Vale, por exemplo, destinou R$ 6,2 bilhões, em quatro plantas de filtragem localizadas em Minas Gerais: nas minas Cauê e Conceição, em Itabira; Brucutu, em Barão de Cocais; e Vargem Grande, em Nova Lima. Até 2026, mais U$1,3 bilhão (cerca de R$6,5 bilhões) serão investidos nesta tecnologia.

A Vale também está produzindo areia sustentável a partir do tratamento do rejeito gerado pela produção de minério de ferro, promovendo a economia circular nas operações. O produto pode ser utilizado na construção civil, pavimentação de rodovias e outras aplicações. Além dos benefícios ambientais, pela redução dos impactos na produção da areia, a iniciativa também colabora para a diminuir o uso de barragens. Cada tonelada de areia produzida no processo de produção do minério de ferro, representa uma tonelada a menos de rejeito sendo disposta em pilhas ou barragens.

“Estamos mudando nossa forma de operar para reduzir os riscos associados às barragens, a partir do princípio de garantia de não repetição, e promovermos uma mineração cada vez mais sustentável”, conta Vagner Loyola, diretor da Cadeia de Valor de Ferrosos da Vale.

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Produção a seco

Produção a seco na Mina da Mutuca, Complexo Paraopeba, em Nova Lima (MG).
Produção a seco na Mina da Mutuca, Complexo Paraopeba, em Nova Lima (MG). Produção a seco na Mina da Mutuca, Complexo Paraopeba, em Nova Lima (MG).

Os investimentos para reduzir a dependência de barragens envolveram também a instalação de linhas de produção a seco, que dispensa o uso de água no beneficiamento do minério do insumo e não geram rejeitos. Em 2021, 70% da produção de minério de ferro da Vale no Brasil foi processada a seco. A contribuição de Minas Gerais na produção a seco foi de 46% em 2021, contra 20% em 2016.

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O processamento do minério de ferro sem uso de água, no estado de Minas Gerais, mais que dobrou nos últimos cinco anos. No Sistema Sul, formado pelos complexos operacionais Paraopeba e Vargem Grande, 64% da produção total do ano passado foi a seco, sem utilização de barragens.

Fim das barragens a montante em MG

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Um dos pilares para tornar a indústria de mineração mais segura é o encerramento do uso de barragens a montante em todo o estado, seguindo a lei estadual 23.291/2019. Das 48 deste tipo existentes em MG, 17 já foram descaracterizadas e reintegradas ao meio ambiente e todas serão eliminadas até 2035.

Barragens a montante são estruturas para conter rejeitos da mineração, construídas sobre os próprios rejeitos. Descaracterizá-las significa que essas estruturas perdem suas características de barramento, sendo reintegradas ao meio ambiente.

A FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) tem trabalhado diretamente com as indústrias de mineração, tanto na orientação quanto no acompanhamento desse trabalho de eliminação das barragens a montante.

Os prazos de descaracterização variam para cada estrutura, conforme as características de cada barragem, a fim de respeitar a segurança e o meio ambiente. Segundo Flavio Roscoe, presidente da FIEMG, as obras de descaracterização precisam respeitar um ritmo adequado. “Mais rápido não é necessariamente mais seguro”, afirmou.

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