Depois de se desentender com a família, terminar um relacionamento, enfrentar a depressão e perder o emprego Cassimiro Gonçalves dos Santos Neto, de 39 anos, passou a viver em um abrigo público.
Pelas regras da unidade de acolhimento, Cassimiro só poderia entrar no local para dormir e, portanto, deveria passar todo o dia na rua. Sua escolha foi aproveitar o tempo para estudar na biblioteca pública.
Como não tinha concluído o Ensino Médio, Cassimiro se inscreveu no EJA (Educação de Jovens Adultos) e, motivado pelos professores, passou a se preparar para a prova do Enem.
- Os professores apoiam e acreditam na gente e deram o empurrão que faltava para eu poder seguir em frente e não desistir.
Olhando para a frente Cassimiro se preocupa, agora, em conseguir um trabalho para se manter estudando.
— Agora tenho que arrumar um emprego para manter as questões práticas da escola. Tenho que arrumar um telefone, um computador.
Incentivo
De acordo com a Raquel Jannuzzi, coordenadora da unidade de acolhimento onde Cassimiro mora, a instituição encaminha os frequentadores a empresas que possuem vagas disponíveis.
— Nós incentivamos os moradores a voltarem aos estudos por meio de oficinas motivacionais e temos uma parceria com uma escola de Belo Horizonte, para a inserção no programa de jovens adultos.