Moradores de Belo Horizonte que tiveram suas casas desapropriadas pela prefeitura reclamam da demora para a entrega das novas moradias. Alguns afirmam que estão esperando há 10 anos.
Nos bairros Vila Aeroporto e Vila São Tomás, na região Norte da capital, pelo menos 1.000 famílias foram realocadas em moradias temporárias até que as unidades habitacionais construídas pela Urbel (Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte) ficassem prontas.
O motorista de aplicativo Claudinei Garcia, morador da região, afirma que foi retirado de sua casa, que ficava próxima ao córrego do Onça, em 2010. A prefeitura passou a pagar um auxílio moradia de R$ 500 enquanto os conjuntos habitacionais não ficassem prontos.
Mas, 10 anos depois, Garcia continua aguardando uma resposta.
— A prefeitura sempre fala a mesma coisa. Alega que a construtora abandonou a obra, que precisa fazer licitação. Eles não são claros com a gente, nunca confirmam uma data.
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Um vídeo feito por Garcia mostra os prédios no bairro Juliana, também na região Norte de BH, que devem ser entregues às famílias desapropriadas. A obra, que parece estar quase pronta, na verdade, está paralisada.
Projeto
A construção do conjunto habitacional faz parte do Vila Vila, um programa municipal que reúne ações integradas para o desenvolvimentos social de vilas e favelas de Belo Horizonte. Além dos prédios, a obra inclui terraplanagem, drenagem pluvial, redes de água e esgoto, construção de uma ponte e a pavimentação das ruas.
A iniciativa também inclui a construção de um campo de futebol. Segundo o gari Marcelo de Castro, morador da região, a comunidade tinha um campo, que foi fechado pela Prefeitura de BH. Desde então, as crianças não têm onde se divertir.
— Já construíram ponte, ruas, mas o campo foi desapropriado e ainda não foi reconstruído. As crianças da época até cresceram. Agora os meninos precisam andar bastante para achar um lugar para brincar.
Outro lado
Em nota, a Urbel confirmou que as obras estão paralisadas porque a construtora rescindiu o contrato, mas que a segunda colocada no processo licitatório já foi convocada.
Outras obras estão paralisadas por causa de remoções que ainda dependem de decisão da Justiça. Segundo o órgão, até então foram entregues 216 das 520 unidades habitacionais previstas.