Moradores tentam barrar licenciamento
Clarissa Barçante / ALMGMoradores da comunidade de Quilombo, em Divinópolis, no centro-oeste de Minas, lutam pelo arquivamento do processo de licenciamento para instalação de um aterro sanitário pela empresa Viasolo Engenharia Ambiental. As famílias denunciaram, durante audiência na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (16), que o empreendimento destruirá a agricultura familiar das comunidades de Quilombo, Choro e Costas.
Segundo eles, a mesma empresa inaugurou um aterro em Montes Claros no ano passado e já houve vazamento de chorume no local.
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A presidente da Associação dos Moradores, Adriana Silva, explicou que Quilombo é o centro de uma comunidade que tem cerca de 2,5 mil moradores, vivendo no seu entorno 28 famílias. Eles produzem 8.000 pés de alface e 25 mil litros de leite por semana e seriam afetados pelo aterro.
— Aterros são necessários, mas devem estar em áreas improdutivas e de baixo impacto social. Sabemos da importância do tratamento do lixo, mas somos contra o local escolhido e não concordamos com nenhuma compensação que venha.
O advogado dos moradores, Pedro Paulo Pozzolini, afirmou que a Viasolo tem tratado o assunto de forma "obscura". A empresa foi inabilitada em uma licitação na cidade por conta do endividamento de caixa. Além disso, o terreno onde pode ser feito o aterro foi vendido em 2014 por R$ 200 mil e repassado para a Viasolo por R$ 2 milhões meses depois.
O deputado Fábio Avelar Oliveira (PTdoB), também autor do requerimento da audiência, considerou que não se deve aprovar um aterro que pode vir a comprometer três nascentes, como se pretende em Divinópolis, sobretudo em tempos de crise de água.
A empresa Viasolo não mandou representantes para a audiência pública e alegou que teve "pouco tempo para viabilizar o envio de representantes".