Em Nova Resende, no sul de Minas Gerais, o lixo tem muito valor e pode deixar a mesa das famílias mais farta.
Na cidade de 16 mil habitantes, muita gente se benefica com o Projeto Cidadão Consciente, que prevê a troca de material reciclável por vale-alimentação.
É possível sair do galpão com uma quantia em vale suficiente para comer por um mês inteiro no restaurante popular (cada prato custa R$ 2) ou ainda comprar frutas, legumes e verduras, em uma parceria entre a Companhia Nacional de Abastecimento e a prefeitura.
A pesadora Josefina da Costa Silva conta que a população se anima com o projeto.
— Em média recebemos dez mil quilos por semana. Já fiz um vale de R$ 173 reais, numa vez que teve festa na roça e trouxeram todo o lixo.
Além de fortalecer a consciência ambiental dos habitantes e evitar o descarte irregular, o projeto leva comida para a mesa de famílias de baixa renda.
Cada material tem um valor definido. O cobre é o mais valioso: até R$3 o quilo. Já o vidro rende apenas R$0,05 pela mesma quantidade. Ferragem, papel e baterias também são aceitos. Nem todos os materiais podem ser reaproveitados. Borracha, calçados, isopor, vidro quebrado e roupas, por exemplo, não entram no programa.