Duas pessoas morreram com a queda do viaduto em julho de 2014
Polícia Militar/DivulgaçãoO MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) abriu, nesta sexta-feira (26), uma nova denúncia referente à queda do viaduto Batalha dos Guararapes, na região norte de Belo Horizonte, em julho de 2014.
A nova denúncia é para ressarcimento de danos ao erário. Os réus são Omar Oscar Salazar Lara, boliviano engenheiro da Construtora Cowan, e Francisco de Assis Santiago, também então engenheiro da empresa. Como Santiago morreu em 2017, o MP citou a esposa dele e quatro herdeiros para se responsabilizar por eventual condenação de pagamento.
A denúncia completa uma ação que já havia sido movida em 2020. Na época, o MP já havia solicitado o processo contra a Cowan, a Consol e outras cinco pessoas. Santigo não havia sido citado devido à morte e Lara por não ser localizado.
A nova ação pede que Lara, a viúva de Santiago e os herdeiros dele sejam responsáveis por pagar junto com os outros réus o montante de R$ 33,9 milhões, sendo R$ 30,8 milhões por danos materiais causados ao patrimônio público e R$ 3,08 milhões por danos materiais.
O inquéritos apontou falhas na obra. A ação indica que Santiago, na condição de engenheiro da Cowan, determinou “o prosseguimento da operação de descimbramento apesar das anormalidades verificadas”.
A denúncia também diz que Lara “ciente dos diversos erros técnicos, determinou o prosseguimento das obras sem as cautelas devidas”.
Em junho de 2020 a Justiça chegou a liberar o bloqueio de bens dos réus para garantir o pagamento da causa, mas os valores foram liberados em 2022.
A reportagem tenta contato com a defesa dos citados. Em nota, o Fórum Lafayette informou que a ação ainda não foi avaliada.
O caso
O viaduto caiu no dia 3 de julho de 2014 sobre a avenida Pedro I, Ele fazia parte do pacote de obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de Futebol Fifa 2014, que começaria em 10 dias. A capital mineira estava entre as cidades que sediariam jogos.
Os escombros atingiram quatro veículos e provocaram a morte de duas pessoas. Outras 23 ficaram feridas. Em 2020, seis engenheiros foram condenados pelos homicídios.