Acúmulo de líquido provocou o rompimento da barragem
Antônio Cruz/Agência BrasilO Ministério Público de Minas Gerais deve oferecer denúncia contra os indiciados pela Polícia Civil no caso do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na região central de Minas, até a próxima sexta-feira (26). De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, o promotor Antônio Carlos de Oliveira tem 30 dias para avaliar os documentos, mas pretende encaminhar o inquérito à Justiça até amanhã.
Ainda confrome o MPMG, o promotor ainda não divulgou se pretende denunciar todos os sete envolvidos no inquérito. Além disso, Oliveira terá que se posicionar ainda sobre o pedido de prisão contra os acusados. A Polícia Civil apresentou os resultados das investigações na última terça-feira (23). O presidente licenciado da mineradora Samarco, outros cinco executivos da empresa e um representante da VogBR foram responsabilizados pela morte de 19 pessoas, provocada pela onda de lama de rejeitos proveniente da barragem.
O delegado concluiu que a liquefação dos rejeitos de minério (passagem do estado sólido para o líquido) provocou o rompimento da barragem. Fatores como a aceleração de obras de alteamento (expansão) e a falta de equipamentos de monitoramento contribuíram para o desastre. Em nota, a Samarco disse que considera os indiciamentos "equivocados".
Desastre ambiental
A ruptura, que, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, foi o maior desastre ambiental da história do País, destruiu o distrito de Bento Rodrigues, deixou 725 pessoas desabrigadas, 17 mortos confirmados e dois desaparecidos. A destruição na bacia do Rio Doce atingiu um raio de 600 km de distância. O primeiro inquérito, instaurado pela Polícia Civil em 6 de novembro de 2015, apurou os fatos e circunstâncias que causaram o rompimento da barragem, homicídios, delitos de perigo comum e contra a saúde pública. O término das investigações ocorreu durante o período da terceira dilação de prazo concedida pela Justiça, que se encerraria em 12 de março. Este inquérito teve o resultado divulgado hoje. Um segundo inquérito, que apura crimes ambientais e licenciamentos da barragem do Fundão, deve ser concluído até 22 de março