Uma mulher de 50 anos de idade, que estava internada na UPA Oeste, em Belo Horizonte, à espera de um leito de terapia intensiva morreu na fila de espera, antes de conseguir ser transferida.
Marice Ceres de Souza começou a apresentar sintomas de gripe há uma semana e piorou na última terça-feira (30), quando começou a apresentar febre e dores no corpo. Ela foi até um posto de saúde e, de lá, foi levada pelo Samu até a Unidade de Pronto Atendimento Oeste, onde foi internada no mesmo dia. O teste para covid-19 deu positivo.
Mulher morreu em UPA
ReproduçãoNa ocasião, uma sobrinha dela, a advogada Milena Jardim Souza, fez um vídeo para mostrar a superlotação no local e falar sobre a gravidade do estado de saúde da tia e a falta de informação sobre a evolução do seu quadro.
De acordo com Milena, com a UPA lotada, a tia foi colocada em uma cadeira e somente mais tarde conseguiu um leito de enfermaria. A mulher de 50 anos de idade ficou três dias internada na UPA Oeste, esperado ser transferida para um leito de UTI em um hospital, mas não resistiu.
Para Milena a morte da tia foi causada pela falta de leito. Ela deixa um filho de sete anos.
Outro lado
A Prefeitura de Belo Horizonte informou, por meio de nota, que a paciente recebeu todo o atendimento da equipe assistencial, mas infelizmente evoluiu para o óbito. "A Secretaria Municipal de Saúde tem trabalhado, de forma incansável, para abrir novos leitos no município e manter a assistência médica à população", diz o texto.
Ainda segundo o Executivo, Belo Horizonte enfrenta uma situação séria em relação à covid-19, como ocorre em todo o país. Mas descartou que tenha havido óbitos causados por falta de assistência nas UPAs. "Todos os pacientes são assistidos conforme necessidade do momento", diz a prefeitura.
"É importante ressaltar que houve um aumento significativo da gravidade no quadro clínico dos pacientes, que são mais jovens, e procuram as unidades demandando atendimento em leitos de urgência, com ventilação mecânica, e atendimento em leitos semi-intensivos", informa a nota do Executivo municipal.
Leitos nas UPAs
De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, atualmente, as Unidades de Pronto Atendimento da capital mineira contam com 84 leitos de urgência e 320 de observação. No início do mês, eram 42 leitos de urgência e 207 de observação. Em março, a Secretaria Municipal de Saúde determinou que as UPAs priorizassem atendimento a pacientes com sintomas de covid-19 e separou nove centros de saúde, com funcionamento 24 horas, para atender a pacientes com outros problemas de saúde.
Ainda segundo a prefeitura, foram abertos, neste mês, 256 leitos de UTI específicos para covid-19. Com isso, são 548 unidades, o maior número desde o início da pandemia.