Um levantamento do movimento Volta Cobrador indica que 31 mil multas por ausência de cobrador nos ônibus de Belo Horizonte foram aplicadas às empresas entre 2019 e 2021. Os dados apontam que o valor total das autuações da prefeitura às ultrapassa R$24 milhões.
Sem os profissionais, sobra para os motoristas acumular a função com a direção dos coletivos. Ainda de acordo com o movimento, desde 2016, cerca de 6.000 cobradores de ônibus foram demitidos do transporte público de Belo Horizonte.
Uma pesquisa da Previdência Social mostra que os condutores são a terceira categoria com maior número de afastamento por adoecimento mental, e a sobrecarga no trabalho pode ser uma das principais causas.
De acordo com a lei municipal 10.526, desde 2012, todos os ônibus convencionais devem circular com o motorista e um agente de bordo, com exceção do horário noturno, de 20h30 às 5h59, e dos domingos e feriados.
Enquanto as empresas descumprem a determinação, os motoristas acumulam funções e, muitos, adoecem devido ao estresse. "A gente já sai da empresa sem um cobrador. Aí já pega carro muito lotado, além do trânsito. E ainda temos que cobrar passagem. É muito difícil para nós. Se não voltar o cobrador, eu não aguento retornar ao trabalho, porque afeta muito a cabeça da gente", contou um motorista que preferiu não se identificar.
Reféns do Ônibus
A RecordTV Minas estreou, nesta segunda-feira (2), uma série de reportagens sobre o transporte público em Belo Horizonte e seus problemas. No total, três episódios trarão um panorâma da situação dos coletivos na capital mineira. No primeiro episódio, a reportagem apresentou os problemas denunciados pelos passageiros que utilizam o serviço diariamente, além de fazer um histórico dos modais em BH.
Assista ao segundo episódio: