Área atingida compreende três unidades de conservação marinhas
Gabriela Biló / Agência Estado / 22.11.15Embarcações da Marinha do Brasil vão ajudar a analisar amostras de água recolhidas no litoral norte do Espírito Santo, perto da foz do rio Doce, para avaliar os impactos do desastre ambiental provocado pelo rompimento de barragem da Samarco em Mariana, na região central de Minas.
Foram convocados 400 militares para ações de monitoramento, coleta e análise do material. Serão três embarcações militares envolvidas na operação: a Fragata Rademaker (F-49), o rebocador de alto-mar "Tridente" (R-22) e o navio hidroceanográfico "Vital de Oliveira" (H-39).
Em nota, a Marinha informou que "Vital de Oliveira" vai chegou em Vitória (ES) nesta terça-feira (24) para auxiliar os estudos sobre os impactos oceanográficos na fauna e na flora da foz do Rio Doce.
Técnicos do IEAPM (Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira), da MB, e da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), além dos pesquisadores já embarcados, vão realizar os testes. O navio deve chegar em Regência na próxima quinta-feira (26) para realizar "pesquisas científicas que vão caracterizar física, química, biológica, geológica e ambiental de áreas oceânicas". Ainda não há previsão para a divulgação dos resultados dos estudos.
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O pró-reitor de pesquisas da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), Neyval Reis, que colabora nas análises, afirma ainda é cedo para estimar os estragos ambientais, sociais e econômicos.
— Naquele primeiro momento após o acidente, emergencialmente, os nossos especialistas fizeram uma atividade de assessoria e apoio técnico aos órgãos que estão cuidando do problema. Agora estamos começando a ter algumas amostras coletadas pela própria universidade e vamos começar a fazer análises.
A enchente de rejeitos se deslocou por 650 km rio abaixo e atingiu o litoral no último fim de semana. A lama já avançou por cerca de 10 km de comprimento e 40 km de largura em Linhares (ES). A Prefeitura da cidade interditou as praias de Regência e Povoação por considerar a água imprópria para banho. Apesar dos materiais usados para tratamento, a distribuição de água já foi interrompida duas vezes.
A área atingida no Espírito Santo compreende três unidades de conservação marinhas: Comboios, Área de Proteção Ambiental Costa das Algas e Refúgio da Vida Silvestre de Santa Cruz, que somam cerca de 200 mil hectares no mar.
* Com informações da Agência Brasil